Não que eu seja grande escritor, mas há muito tenho tentado escrever uma obra aprazível, digna de leitura. No entanto, só notei que tal fim é dos mais difíceis, apesar das histórias fantásticas que insistem em se delinearem em minha mente e em meu cotidiano.
Escrever, sobretudo bem, sem dúvida alguma consiste em árduo ofício.
Mas por favor, isso é apenas uma confissão, ou no pior das possibilidades um comentário. Não entenda que estou dizendo que apenas escrevo por vaidade, pois, embora haja fundo de verdade nessa precoce conclusão, alerto que sou preso à escrita, muitas vezes me dói escrever, como agora.
Ao meu ver os escritores, os verdadeiros escritores, ou os que aspiram à tal, deveriam gozar de dádivas celestiais para não sofrerem na confecção de uma simples frase que exprima qualquer ou nenhum sentimento.
Sim, para eles, deveria de ser quase que automático o escrever de uma história qualquer - sentou saiu. Deveria de ser quase que mecànico - zaz!
Porém - gosto de usar "porém" em minhas idéias, soa muito bem - escritores são meros e reles mortais que, assim como eu, também têm das suas e não raras franquezas.
Escrevi o que leu, cara leitora ou leitor, porque acabo de descobrir o óbvio: que para se fazer qualquer coisa é mais necessário o suor à inspiração.
Transpiro, portanto. Transpiro como um ferido, que foge de seus perseguidores; como um condenado, que não sabe o resultado de sua sentença.
Não sei - e acho que o não saber até que me faz bem, pois só me resta continuar - o dia em que verei o fruto de meu suor e insistência convertidos em uma das histórias fantásticas que insistem em se delinearem em minha mente e em meu cotidiano.
Talvez eu esteja querendo de mais.
Porém - mais uma vez o "porém" - continuo acreditando que os escritores, os verdadeiros escritores, ou os que aspiram à escrita, deveriam gozar de dádivas celestiais para não sofrerem, tanto, na confecção de uma simples frase que exprima qualquer ou nenhum sentimento.