Ontem, também domingo, debaixo da mesma árvore em que vi, num outro domingo, o pássaro de ferro entre os seus galhos, vi uma roupa branca, mal passada, dependurada, esvoaçando ao meio-dia. Parecia camisa de time de futebol. E me aproximei mais daquela peça, somente porque já virou vício, entrenós, olhar à direita, olhar à esquerda, olhar à frente e olhar, sem comando militar, para cima, entre os nós dos galhos, pois tem sempre alguém querendo que a gente quebre um, ou um querendo cair sobre nossas respeitáveis cucas.
Era uma calcinha branca,manchada de vermelho desbotado. Alguma sapeca deve tê-la jogado lá, em algum sábado. Fica no Cruzeiro, em plena Avenida Afonso Pena, bem em frente ao banco 24 horas. Será que lá virou banco de sangue? Ao lado dela está, também, um banco para quem espera ónibus. Fica, também, perto das bandeiras do Brasil, de Minas e da Telemar/4001. Seria, talvez, a calcinha, bandeira da limpeza urbana da capital de Minas Gerais, ou de alguma BHids?
Com os cumprimentos do Tim, crente em saneamento básico,filho das continências de abril e servo dos planos de contingências.