A colonização está de cara nova
Manuela
Durante as últimas semanas, o Brasil vem participando das negociações para a sua entrada na ALCA (Área de Livre Comércio das Américas), um acordo que, dentre outras coisas, estabelece a liberdade de negociações e transações comerciais entre os países que fazem parte do continente americano.
A ALCA realmente alcançará seu maior objetivo: a globalização. Mas, terá essa globalização algum benefício para os países subdesenvolvidos? Claro que não. Afinal, o próprio sistema económico em que vivemos é baseado na exploração. O capitalismo não busca beneficiar os pobres e sim explorá-los.
A liberdade de comércio fará de nós um país colonizado e facilmente subordinado ao FMI, que pressionará a entrada do Brasil na ALCA, em troca de empréstimos de que o país necessita.
Provavelmente a grande dúvida será qual o interesse do FMI na entrada do Brasil na ALCA. Para tal questionamento, devemos lembrar que o FMI está subordinado aos EUA, grande beneficiado com a liberdade comercial. Para os EUA, a ALCA será a grande chance de aumentar sua influência, suas exportações e seu lucro. Isto obviamente será fruto de uma grande exploração. E quem serão os explorados? Nós, claro!
O Brasil, caso aceite o acordo, será invadido por um mar de produtos norte-americanos, o que o levará ao aumento absurdo do desemprego. Os produtos norte-americanos concorrerão com os nacionais e, por possuírem maior tecnologia, os importados causarão a queda nas vendas dos nacionais e a quebra de muitas empresas, o que aumentará o desemprego.
A área de Livre Comércio das Américas deveria, na verdade, ser chamada Área de Livre Lucro, pois este é o seu grande objetivo. Afinal, caso aceitemos este acordo, estaremos dando a nossa soberania em troca do lucro das grandes potências e sacrificando o nosso povo a favor de uma submissão cada vez maior aos grandes beneficiados com o capitalismo.