Eu tinha ouvido falar delas, em contos, em reportagens e, também, nas evetuais passagens aqui pelo Planalto Central, sem saber o nome.
Embasbacara-me com a beleza das cores.
Estou falando das Quaresmeiras, tão floridas nesta época que antecede a quaresma...tão bonitas, destacando-se entre o verde dos pequenos bosques, roxas, brancas, rosadas...Uma festa para os olhos e os passantes, mor das vezes,nem se dão conta daquela beleza.
Ainda outro dia, minha mulher pediu-me para que fóssemos olhar de perto uma delas, explodindo em floração cor-de-rosa. Procurava uma semente para que pudéssemos plantar lá no nordeste e, depois de adulta, viesse trazer a sua mensagem colorida para os nossos olhos, todos os anos, na quaresma. Hoje estou aqui solitário, escrevendo para não chorar, lembrando-me da quaresmeira que ela escolheu como se fosse dela e, ao viajar, ainda recomendou-me: vá até perto da minha quresmeira, para poder lembrar de mim. Ora, nem é preciso ir até lá, diante dos meus olhos em vejo da copa da quaresmeira florida...e no meio do bosque, o sorriso da minha mulher, contente por saber que eu, na minha saudade, vejo e revejo a árvore tão bela e, próxima a ela, o rosto, aquele rosto que eu deseja estivesse agora perto de mim.