Nada de Clodoaldo, neste verão. Também, minha vida está repleta de outros sapos. O barbudo, que ganhou as eleições. Nem parece, com aquela carinha alegre. Tudo conversa, doido pra sair do Palácio prum dedo de prosa, uma cachacinha. Já viram um presidente tão risonho?
Tem outro sapo, o de plástico. Comprei na posse. Não resisti. Faltou a barba.
Que Clodó me faz falta, faz. Por algum motivo, neste verão, não teve içá. Içá. Não sabe o que é? Formiga de asa. Sumiu.
Sem comida, sem Clodó, eu acho. Ou fez família e ficou lá pelas beiras do lago do vizinho.
Minha varanda não tem graça, sem Clodó. Nem coaxava. Sempre com aquele olhar triste, bem na porta da entrada. Enorme. Sapão,mesmo.
Vou por anúncio no portão - VOOOOOLTA, CLODÓ.
Se você voltar, jogo fora o sapinho de pedra, o de argila - da Margarida, da Torre de TV -, o imã sapudo da geladeira. Fico só com você. E com o barbudo, que já tá me fazendo engolir cada sapo, meu. Mas sou fiel. E acredito.