Nossa! Você ganha aquele gatinho, aquele cachorrinho, e parece que eles nunca mais vão passar de 15 cm de comprimento. Tamanhinho eterno. E o azul da blusa novinha, recém comprada, mal usada? Imagine, dá a impressão de que vai reluzir, azulzinha, para o resto da sua existência.
Mas o cão cresce, a blusa desbota - a despeito do ultra tecido tecnologicamente moderno - , as flores desabrocham e morrem; e as pessoas... Ah, principalmente estas, mudam. Tudo sempre muda. Muda, adversamente à sua vontade, à sua condição, à sua aceitação. A inocência da infància, base para tantos sonhos que permeiam toda uma existência, também se perde ao longo da história. Ao passar dos minutos, das horas, dos dias.
Por um lado é bom. Você cresce, fica bonito, aprende, namora, alcança e completa. As árvores se fortificam e dão a graça de uma sombra maior, os cachorrinhos ficam mais compridos, e também independentes. E o outro lado.... É aquele em que você vê que o olhar que você trocava com seu amigo, irmão, não é mais um substituto firme das palavras. É aquele em que você vê que a folha secou, em que é mais difícil subir as escadas, e em que o espelho parece mentir sua idade, já que você ainda se sente com dezessete anos.
Ah, tudo sempre muda. É a Terra girando, e o Sol fazendo a Primavera se tornar verão, e então outono e inverno, até que tudo recomeça. Também na vida. Tudo muda. Mas tudo recomeça. E é isso que me faz e faz você seguir em frente.