Fui encontrar-te no solar das lágrimas, que me chegaram em forma de poesia... Porém, senti-as no tom de um clarim triste, desolado pela dor da decepção, que te turvava o olhar...
Não há razão tanta... Viaja!
Lega, ao pensamento, a nave que te ausenta agora. Vai ao passado ermo, onde encontrarás conforto na doce carícia de tua mãe, ou na voz paterna de firme clamor, cuja ondulação te ensinou tua importància no mundo, mostrando-te o caminho.
Sonha real teu mundo!!
Mas, se ainda assim, persistir a angústia que te dilacera, procura-te - menino - e verás em tua face a luz viva de teu olhar curioso, a procurar o sentido da vida... No céu azul, no pássaro aninhado, no clangor do trovão sufocado no peito... Verás em tua boca pequena o sorriso puro diante do folguedo...
Pega, então, aquele caminhãozinho, de madeira, enche-o com a terra preta de teus dissabores, estufa-o, e joga pelo barranco o sofrimento contido que te corrói o espírito! Depois... Busca-o, desvira-o! Torna a enchê-lo... De areia alva, bem fina e pura, da esperança que logra alcançar-te... Não resistas!
Deixa que a sutileza do vento espalhe essa areia e te inunde os cabelos, o rosto, todo o teu corpo...
E depois, de esperança cheio, provoca uma fina chuva, de risos, entremeada pelo sol da alegria que em raios fulgurantes te apontará o horizonte límpido, de um amanhã... Que é o "teu hoje...".
Não sou eu que te digo essas coisas... És tu! O pedaço de ti que deixaste em mim...
Pois, o "sopro" que te deu vida, deu-a também a mim, logo após... Porque, na Eternidade, não há "tempo". Vive!
Para o "Sapo" mais meigo que eu já encontrei... No desejo fremente de que alguma Princesa o encontre e, num beijo sincero, saiba acordar o Príncipe...