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Discursos-->Direção da campanha de Lula enfrentará Ciro -- 25/07/2002 - 03:47 (Amaso Nib Nedal) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
RIO - O comando da campanha do candidato da Coligação Lula Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT-PL-PCdoB-PCB-PMN), se prepara, concretamente, para enfrentar o candidato da Frente Trabalhista, Ciro Gomes (PPS-PDT-PMN), e não o adversário da Grande Aliança, José Serra (PSDB-PMDB), no segundo turno das eleições. O presidente nacional do PT, deputado José Dirceu (SP), disse ontem a integrantes da executiva da campanha da governadora do Rio, Benedita da Silva (PT), à reeleição, numa reunião fechada, que deve ser Ciro o adversário de Lula na segunda rodada da disputa.
Dirceu ressalvou, no entanto, que a candidatura de Serra ainda pode recuperar a segunda posição. Ele instruiu os petistas do Estado a polarizar a discussão nacional com o candidato da Frente Trabalhista a presidente e, regionalmente, fazer o mesmo com a candidata a governadora do Rio, Rosinha Garotinho (PSB).
Dirceu avaliou que quem pode barrar a ascensão de Ciro nas pesquisas é o Governo federal, mas deixou claro que acha que o Executivo tem de fazer a parte dele nesse processo, explorando o que considera fragilidade no candidato da Frente Trabalhista. Ciro tem pés de barro , disse.

Subsídios

Em Ijuí, no Rio Grande do Sul, Lula afirmou ontem estar disposto, caso seja eleito, a subsidiar produtos agrícolas nacionais se os países que têm relação comercial com o Brasil mantiverem essa mesma política de comércio exterior. “Ou eles (outros países) param de dar subsídio ou a gente vai ter de dar subsídio para o nosso agricultor", disse, em seminário com representantes de entidades ligadas ao setor, realizado em Ijuí, interior do Rio Grande do Sul.
Lula ponderou, após o evento, que “o ideal seria que ninguém precisasse do subsídio". “Se todos os países que têm relação comercial com o Brasil põem dinheiro nos seus produtos para poder exportar, vamos brigar muito na Organização Mundial do Comércio (OMC) para evitar isso", disse.
Na segunda-feira (22), em São Paulo, Lula se encontrou com o representante de Comércio da UE, Pascal Lamy, com quem falou sobre o assunto.
Ao expor as idéias de política comercial exterior, Lula disse que falta coragem do atual Governo de “brigar na OMC" pelos interesses. “O Governo brasileiro tem medo de entrar com processos por causa de retaliações", disse.
FH também foi criticado por Lula. “Não tem presidente que fez mais política exterior do que Fernando Henrique, mas o resultado foi zero". A proposta de Lula para o tema é a criação de uma Secretaria de Comércio Exterior ligada à Presidência e a indicação de um representante em cada embaixada brasileira para cuidar do assunto.


Garotinho se diz o único contra a modelo econômico

RIO - O candidato à Presidência Anthony Garotinho (PSB) disse ontem, na cidade de Três Rios, no Centro-Sul fluminense, que sua campanha difere das dos demais candidatos à Presidência da República por ser contra o modelo econômico em vigor hoje no país. “O Brasil tem hoje cerca de 13 milhões de desempregados. Não há coisa pior do que um chefe de família chegar em casa e olhar para o filho sem ter nenhuma esperança. O desemprego acontece porque não há dinheiro circulando. Precisamos aumentar o salário mínimo e baixar a taxa de juros, a fim de ampliar a indústria e o comércio. Temos que acabar com esta vergonha que é o salário mínimo no Brasil. Ele é menor do que o do Paraguai. Isto é uma humilhação para o povo", declarou Garotinho antes de iniciar o seu giro pela região.
Garotinho lembrou que, ao contrário dos demais presidenciáveis, ele rejeitou o convite para se reunir com os dirigentes da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban). O ex-governador do Rio de Janeiro discursou em Três Rios, ponto de partida da carreata promovida pelo PSB e que irá percorrer outros seis municípios da região.
Em seu discurso, o ex-governador do Rio de Janeiro reafirmou o seu compromisso de, se eleito, promover a imediata redução da taxa de juros, aumentar a oferta de emprego e reestruturar a Previdência Social. Ele lembrou ainda que pretende promover uma ampla política habitacional, se utilizando dos recursos do Fundo de Garantia. Segundo o candidato do PSB, serão destinados R$ 6 bilhões - um terço do que o Governo arrecada anualmente com os depósitos do FGTS - à construção de 500 mil casas populares pelo país.
Segundo a rádio CBN, ainda durante o discurso, o candidato demonstrou arrependimento de ter deixado o governo do Rio. Garotinho criticou a governadora petista Benedita da Silva e disse que se soubesse que ela faria um governo tão ruim não teria saído do governo.
O presidenciável disse que governou o Rio como um pai e citou seus projetos assistenciais, como os restaurantes populares e o cheque-cidadão. A nova coordenação de campanha do candidato quer mostrá-lo como um homem “popular" e recorrer mais ao aspecto religioso.

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