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Discursos-->A última revolução -- 29/09/2002 - 19:44 (Rogerio Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Por que estou sempre precisando de sexo, dinheiro e mil outras necessidades imediatas ?
Tantas ditaduras caíram e ninguém diz nada sobre a vida ! Sobre seu regime cruel e intransigente.
Hora ou outra temos uns aviõezinhos destruindo prédios, cogumelos radioativos, câmaras de gás, mas nada que realmente à ameace.

A escuridão assim como a luz, tem seu tempo e são estados naturais e complementares.

Como cheguei a isso ? Não tenho certeza. Foram pequenas pensamentos negativos que minaram aos poucos a mínima fé que sustenta o fôlego.
Pensei: ainda que a todo instante e sem nenhum esforço fossem-me atendidos todos os desejos, eu sentiria falta desse esforço e se pudesse optar por tê-lo ou não, sentiria tédio e desespero pelo que não conheço e náusea por uma liberdade que não decidi ter.

Não há apresso social, espiritual ou qualquer anestésico que dure para sempre, e se durassem, não existiria inferno pior.

Durante a existência todos tiveram momentos onde a anestesia faltou. Alguns como eu, foram apenas mais expostos.

O que mais definiria tão bem essa máquina ?! Um pêndulo triste ou um programa previsivelmente medíocre que foge desesperadamente da dor e busca o prazer.

Exceções demostram doença. É esse meu diagnóstico; doente até a alma, enquadrado em um desses mil subtipos de males que tornam a máquina inoperante, excluída, improdutiva, terrivelmente improdutiva.

A natureza não tem compromisso com o improdutivo.
Os homens são apenas vítimas e reflexo dessa natureza, da ditadura.

Em um metro de floresta onde todos vêem o belo, eu vejo a morte sustentando o verde podre e amarelado, tendo aos pés mil vidas tragando mil corpos putrefatos.

Sei da doença e sei ao que ela leva. Sei que o vazio que deixo abre espaço a nova leva de desgraçados. Nas entrelinhas de cada banquete social das altas rodas de corruptos ou mesmo, banquetes cristãos; é servida minha carne, necrosada, tragada aos risos no torpor do vinho, em meio a anedotas imbecis. Farto anestésico de um frasco limitado. Indiferença sórdida que aferre a todos.

Ninguém mais do que eu, amou o vinho e a música.

Quando viver fez sentido, senti a morte à espreita, agora ao morrer, sinto forte os apelos da vida, ao que respondo, abaixo a ditadura !

Sei da doença e sei para onde estou indo, o que lá encontre; vazio, fogo ou deleite, não importa ! Contando que sejam explícitos, inteiros, reais e servidos sem quaisquer anestésicos.

Rogério Ferreira
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