"Persistindo os médicos, os sintomas
deverão ser consultados"
Tom Zé
O Preferido Do Povo
Vou falar dos aMOres,
Vou falar das paiXÕes,
Vou falar dos teMOres,
Vou faLAR... dos verões!
Da tempesTAde, que desaba LÁ fora,
E que deSAba-me sensações tais!
E levaREI a MInha tempestade
A TOdos AQUEles que o tem vontade!!!
(ÊÊÊÊÊÊ!!!)
Desabarei sobre as cabeças de TOdos,
A canTAR minha canção de maldade...
Mil ouvidos BUrros de mil orelhas MAgras,
EsperanÇOsos diante de MIM!
Logo eu, que os quero TÃO mal:
Pois que comam caPIM!!!
Não sem ANtes VOtar em mim...
Até LÁ, será CACHAÇA de GRAÇA
No bar deTRÁS da praça!
Mas como fedem!, vi um piolho
Pulando da cabeça do moleque ali...
E o outro, bizarro, zarolho...
(rrrrhum...)
Não podia esperar pra sair Dalí,
Tão surreal era a paisagem!
E grotesca a miragem
Que berrava de alegria e esperança,
Ao ouvir meu já famoso nome
Sentia um prazer ao discursar
Um sentimento inigualável
De ser real e verdadeiro
Justamente enquanto mentia-lhes
As mais adoráveis asneiras
Os fiz escutar
Era o único a quem tinham ouvidos
Além do mar
E ouvia emocionados gemidos,
Uma igreja
Onde ouviam sobre os seus problemas,
As misérias,
De suas porcas, parcas vidas vadias.
As mentiras
Vinham depois da deflagração de seus males
Não mínimas:
Representavam a parte crucial do que falava-se;
O auge do ritual.
Vinha quando já estavam todos exaltados,
Irados,
Desesperados,
Cada um a gritar pela sua desgraça,
Num transe.
Pois já os fizera sofrer com minhas palavras;
Agora, a salvação!
JURO-LHES
(que esse negócio de prometer funcionava mais, não):
O CIrco e o MUNdo, esperança, e DEUS e o PÃO,
(ÊÊÊÊÊ, VIVA)
Dobrando cada dedo da mão,
Contava os milagres que iriam se realizar
Assim que me dessem o facão,
A arma para a carne podre e pobre cortar
E roubar, matar, cheirar, torturar.
E assim, entre eles, a glória alcançar.
Ao final de tudo, a sinfonia caótica
De velhos cavaquinhos chegou
Ao fim, o microfone anunciou: