A imagem, "O Beijo de Amantes Abraçados", é uma esplêndida escultura em madeira de Constantini Brancusi (1876/1957), "Pai da Escultura Moderna" e "compagnom de route" de Picasso, Rodin, Léger e Modigliani, entre outros importantes artistas. Brancusi, sobre a arte a que dedicou toda a sua vida, exprimiu-se: Não é a forma exterior das coisas que é real, mas sim a sua essência!
A concepção ficcionada do belo enleva a Poesia...
A Poesia suavisa e dignifica a Humanidade!
DUAS CORES
EXCLUSIVAMENTE... SÓ TU !
Impelido de anseio
Saí a procurar-te
E tu estavas
na calada da noite
À espera
onde as estrelas
Plenas de luz
entrecortavam as nuvens
Faíscando mil sóis
a alumiar-me o caminho...
Interrogo-me
quem és tu
E pergunto ao luar
que me deixarás
Por terno espólio
nesta alucinação da despedida?
A saudade a enrugar-se
fará sulcos de pranto
E embrenhar-se-à
nestes olhos abertos de espanto...
Reconforta-me pensar...
Mas... Se tudo passa...
Se tudo acaba...
Não poderemos transgredir
Em breve enlace
essa trapaça que a verdade
Sem nada em troca
nos impôs assim de graça?
E logo me arrependo...
Melhor não te tivesse dito...
Ah! cuidados meus...
Ah! minha insensatez...
Alivia-me a presença...
Vai-te pra longe!
Recua e afasta-te...
Não me venhas outra vez
Deslumbrar...
Cerrar-me os olhos
E violar-me o sentido
na falsa trama da ilusão...
Pela iniciação de todas as vidas
o mundo é infinito!
E questiono se
haverá nele outro ser
De fogo imediato
que me inflame tal chama?
Não... Não haverá...
Não acredito... Ela é a única
Que resta na imensidade a fingir ao tempo que me ama!