Agora me bateu em balbúrdia aquele amor que vem de repente, aquele amor que desce sob o prisma da esperança que nunca morre, e que nunca me deixa, sinto em júbilo o deleite dos astros que a muito cochicham olhando pra mim de canto, agora entendo, agora parece que entendo tudo, também com essa música tocando, a chuva que insiste em cair mas luta em paz com o sol que insiste em esquentar mais e mais, onde a aurora agora explode em cores quentes nas montanhas longínquas que de aqui do meu quarto olho num olhar estaticamente absorto, olhar negro e fundo onde desce em labirinto as mais belas imagens em primazia dos Deuses, acho que o amor me pegou de pulo novamente, sim eu sei, meu coração é a morada do amor pleno, e sinto um mavioso afável afago em meu ser que andava olvidado num padecer sem sentido, agora penso em ti minha ufania da vida, e se despega de mim um sorriso mostrando sutilmente em reunião meus dentes em diamante, não quero mais viver na noite, apesar de a lua ser minha mais precisa e cientifica conselheira, quero o dia, quero a luz do sol para iluminar-te e a mim também, os bares da vida ficarão sós, quando estiveres comigo, a boemia só me fez místico, para entregar-me a ti assim como alguém que simplesmente se entrega, simplesmente, e daqui onde estou te amo mais que a minha vida, e sinto-me sôfrego pelo seu corpo nu, ávido faminto, afagos mínimos, nada mais precisamos e nos tocamos os lábios num doce acariciar de mãos desconexas, mas certeiras, “onde faremos de nós uma morada e nos postaremos de fora com uma espada para viver esse grande amor”.