MÃES QUE FAZEM NOSSA HISTÓRIA
PROVÉRBIOS 31:10,28-29
“Mulher virtuosa quem a achará ? O seu valor muito excede o de rubis. Levantam-se seus filhos, e chamam-na bem aventurada, como também seu marido, que a louva dizendo: Muitas filhas obraram virtuosamente, mas tu a todas és superior”
INTRODUÇÃO
1. Quando falamos em nossas mães, nossos corações se emocionam e a nossa alma se enche de gratidão pelos seus afagos, pelo seu carinho, pelas palavras, gestos de incentivo e pelo ombro sempre amigo que foram constantes em suas vidas.
2. Sei que muitos não sabem como surgiu o Dia das Mães, porisso gostaria de relembrar a sua história.
3. O Dia das Mães:
3.1 - Anna Jarvis, uma educadora dotada de grande talento e cultura, que nasceu em 1864 nos EUA, ao perder sua mãe em 09 de maio de 1905 e seu pai em 31 de dezembro desse mesmo ano, sofreu muito a ausência de seus pais, principalmente de sua mãe que era a sua grande incentivadora.
3.2 - No segundo domingo de maio de 1907, Anna realizou um culto com alguns amigos em lembrança e homenagem à sua mãe.
3.3 - Em 10 de maio de 1908, no templo de sua Igreja Metodista, na cidade de Grafton, West Virginia, ocorreu o lançamento do Dia das Mães, sob a liderança de Anna Jarvis e do seu pastor.
3.4 - Em 1914 o presidente dos EUA tornou a data nacional, incluindo o asteamento da bandeira nesse dia.
3.5 - No Brasil, a data começou a ser comemorada pela Associação Cristã de Moços a partir de 1918. Em 1932, Getúlio Vargas pressionado pelas líderes brasileiras do 2º Congresso Internacional Feminista, instituiu oficialmente a comemoração do dia das mães.
3.6 - Em l947 por orientação do Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Jaime Câmara, o “Dia das Mães” foi acrescentado no calendário oficial da igreja católica.
4. Quando falamos em mães, lembramo-nos de mulheres que foram mães excepcionais e deixaram suas vidas registradas nas páginas da história. Gostaríamos de relembrar algumas destas mulheres e extrair de suas experiências lições práticas para nossas vidas.
1. SARA, UM EXEMPLO DE ESPOSA CHEIA DE FÉ, AMOR E ESPERANÇA
1.1 - Sara mulher de Abraão, era uma esposa muito amada pelo seu marido, mas tendo ela 90 anos e Abraão 100, não tinha filhos. Um dia Deus falou a Abraão que ela haveria de dar à luz e pouco tempo depois Sara concebeu e deu à luz a Isaque.
1.2 - O escritor da carta aos Hebreus incluiu Sara na galeria dos heróis da fé: “Pela fé também a mesma Sara recebeu virtude de conceber e deu à luz já fora da idade, porquanto teve por fiel aquele que lho tinha prometido” (Hebreus 11:11)
1.3 - Sara, mesmo já tendo idade avançada, confiou plenamente na promessa divina, crendo no Deus dos impossíveis e recebeu a benção da maternidade, coisa que ela mais almejava como mulher e esposa, principalmente porque os israelitas desprezavam as mulheres que não alcançavam a benção da maternidade.
1.4 - Uma das qualidades que Pedro salienta em Sara é a sua beleza interior e o seu respeito pelo seu esposo Abraão: “A beleza das esposas não seja o enfeite exterior, como o frisado de cabelos, o uso de jóias de ouro, ou o luxo dos vestidos, mas a beleza interior, no incorruptível traje de um espírito manso e tranquilo, que é precioso diante de Deus. Pois assim adornavam antigamente também as santas mulheres que esperavam em Deus. Estavam submissas a seus maridos, e como Sara obedecia a Abraão, chamando-lhe senhor. Sois filhas dela, se fazeis o bem, e não temeis nenhum espanto” (I Pedro 3:3-6)
1.5 - Reconhecemos que a mulher de hoje, consolidando os ensinamentos de Jesus, divide com o homem quase todos os cargos da sociedade, dividindo seu tempo e suas atenções.
Sabemos que é difícil para a mulher ser paciente e mansa quando chega em casa cansada, atribulada e emocionalmente afetada com os problemas enfrentados no labor do dia. Todavia, se a mulher não tiver o equilíbrio emocional e o bom senso necessários para separar seus papéis como esposa, mãe e profissional, certamente terá dificuldades para alcançar o sucesso nestas áreas tão importantes de sua vida.
O grande dilema de todas as mulheres de hoje é como conciliar suas atividades profissionais com as domésticas,visto que a assunção de papéis semelhantes aos dos homens, não as desoneraram das responsabilidades como esposa, mãe e administradora do lar.
1.6 - Sara é um exemplo de mulher que em todas as fases da vida soube respeitar, amar e compartilhar com seu marido as alegrias e as dificuldades da vida. Ela enquadra-se perfeitamente nas palavras de Salomão no livro de Provérbios: “O coração de seu marido está nela confiado, e nenhuma proteção e cuidados faltará à família. Ela lhe faz bem, e não mal, todos os dias da sua vida” (Provérbios 31:11-12)
2. ANA, UMA MULHER ESTÉRIL QUE BUSCOU A DEUS DESEJANDO A MATERNIDADE
2.1 - Ana viveu numa época em que o povo de Israel praticava a poligamia e seu marido tinha duas esposas. Ela era a esposa amada, porém, não tinha filhos. A outra mulher dele, Penina, tinha muitos filhos. Em razão dela não ter filhos, Penina, sua rival, a atormentava e a deixava nervosa e furiosa(I Samuel 1).
2.2 - Diante da sua aflição, Ana foi ao templo de Siló, onde Eli, o sacerdote estava assentado numa cadeira junto a um dos pilares do templo, e a viu. Ana chorou diante do Senhor e lhe pediu um filho varão, prometendo que se Deus fizesse a sua vontade ela consagraria o filho ao trabalho do Senhor. Eli, ao vê-la, pensou que estivesse embriagada, tamanha era a sua aflição, mas, após ouvi-la, lhe disse: “Vai em paz e que o Deus de Israel ouça a tua petição e lhe conceda o que pediste”
2.3 - Algum tempo depois Ana concebeu e deu à luz, chamando-o de Samuel, que significa dádiva do Senhor, e, logo após te-lo desmamado, o levou ao templo para que fosse consagrado ao Senhor.
2.4 - Ana, como mãe, preocupou-se com o crescimento de seu filho, com suas roupas, com sua saúde, com sua educação e, principalmente com sua vida espiritual. Ana soube viver na prática o ensinamento bíblico: “Ensina o menino no caminho em que deve andar e até a velhice não se desviará dele”
2.5 - Ana nos legou um exemplo de fé compromissada com Deus. Ela suplicou, prometeu consagrar seu filho à obra do Senhor, recebeu a benção e foi fiel à promessa realizada.
Ilustração: Há um quadro muito bonito em que o pintor inspirado retrata a mãe de Jesus sendo conduzida, brandamente, da cena onde seu Filho acabara de ser crucificado. O artista do pincel acrescentou um “particular” não sugerido nem descrito pelas escrituras: na sua mão colocou a coroa de espinhos, que estivera na fronte de Jesus, como se Maria instintivamente a tivesse retirado da cabeça de Jesus. Uma boa mãe não faria isto ? Sim. É sempre a mãe que tira os espinhos da fronte febril dos filhos, enxugando suas lágrimas, pensando as feridas com palavras encorajadoras de ânimo e conforto!
3. MIRIÃ, UMA FILHA E IRMÃ QUE FOI UMA BENÇÃO PARA O SENHOR
3.1 - Geralmente no dia das mães, nos preocupamos exclusivamente com a pessoa da mãe e nunca falamos do papel das filhas na formação espiritual do lar.
Eu tive o privilégio de ser filho de uma mãe que foi a primogênita em sua família. Minha mãe, sendo a filha mais velha, coube-lhe um papel especial no equilíbrio da família. Todas as vezes que alguma coisa acontecia com qualquer um de seus irmãos ou irmãs, era sempre ela que ia em socorro, procurando ajudar e estar ao lado de seus irmãos.
Eu me lembro de vários tios e tias, que em várias fases de suas vidas estiveram morando em nossa casa, minha mãe sempre tinha o coração aberto para receber e ajudar aos irmãos necessitados. Eu me lembro de meu pai indo ao encontro dos pródigos desajustados procurando encoraja-los e traze-los de volta ao seio da família.
Eu me lembro do vô Dorta, logo após a sua viuvez, trazendo suas roupas usadas para que mamãe lavasse e lhe dizendo: “Você é para mim mais do que uma filha, eu sei que você me trata com amor...” Eu me lembro do vô Dorta e da vó Isabel procurando abrigo em nossa casa para passar seus últimos dias...
No nosso lar, mesmo em momentos de dificuldade, sempre houve um espaço para dividir e multiplicar o pão com os parentes que carentes de aconchego ou um gesto de amor....
3.2 - A Bíblia nos fala de uma mulher que foi uma benção como filha e irmã, seu nome era Miriã. Miriã, filha de Joquebede, e irmã de Moisés. Viveu numa época em que o povo de Israel era escravo no Egito e o Faraó mandou as parteiras do Egito matar todas as crianças israelitas que nascessem do sexo masculino. Joquebede, ao dar à luz a Moisés, pediu a Miriã, que tinha entre 7 e 10 anos nessa ocasião, que colhesse juncos e fez com eles um bercinho, impermeabilizando-o com betume para que flutuasse, e o lançou no rio nas proximidades do lugar onde a filha do faraó, a princesa, deveria estar para que ela o visse. Miriã foi encarregada de colocar o bercinho na água e acompanha-lo escondida entre os juncos. Quando a princesa viu o bercinho e o bebê que nele se encontrava, logo percebeu que se tratava de um bebê hebreu e desejou ajuda-lo. Miriã se aproximou da princesa e lhe disse que conhecia uma ama hebrea que poderia ajuda-la. A princesa mandou chamar a Joquebede, sua mãe e a contratou para cuidar do bebê.
3.3 - Mais tarde a Bíblia relata Miriã como profetisa, cantora e compositora, guiando as mulheres em seus cânticos, logo após a passagem do Mar Vermelho. O profeta Miquéias referindo-se à libertação que Deus proporcionou ao povo de Israel do Egito, declarou: “Pois te fiz subir da terra do Egito, e da casa da servidão te remi; e te enviei adiante de ti a Moisés, Arão e Miriã.” (Miquéias 6:4).
3.4 - Miriã tinha um traço negativo em seu caráter: o ciúme. Miriã ficou enciumada com a liderança de seu irmão Moisés e começou a murmurar contra ele diante do povo. Para preservar a imagem de Moisés como líder, Deus a castigou com a lepra. Moisés orou pedindo ao Senhor que a curasse e Deus a curou. Milhares de gerações se passaram e ainda hoje este traço negativo tem produzido efeitos deletérios em muitos lares...
3.5 - As filhas têm um papel especial no equilíbrio do lar. É nelas que as mães se apoiam nos momentos de dificuldade. Tenho observado que a grande maioria dos casais que adotam filhos, preferem meninas e não meninos. Esta tendência é decorrente do papel especial que as filhas desempenham no lar. Elas devem ser um exemplo de fé, amor, companheirismo e fidelidade.
4. LOÍDE, A AVÓ EXEMPLO PARA SUA FILHA EUNICE E AO SEU NETO TIMÓTEO
4.1 - Paulo escrevendo a sua segunda carta a Timóteo declarou: “Trazendo à memória a fé não fingida que em ti há, a qual habitou primeiro em tua avó Loíde, e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti.” (2 Timóteo 1:5).
4.2 - Dizem que ser avó e ser mãe duas vezes. Na prática temos constatado a razão deste ditado popular. Em todos os tempos, e , principalmente nos dias atuais, quando as mães trabalham fora de casa e muitas vezes deixam seus filhos com as avós, a avó tem um papel fundamental na formação do caráter moral e espiritual de seus netos. O exemplo da avó, juntamente com o exemplo da mãe, contribuirão decisivamente para que os netos busquem a comunhão com Deus ao longo de suas vidas.
Quando eu era criança, passava minhas férias escolares na casa de minha avó Isabel. Ela era uma crente muito fiel e dedicada, todavia, era analfabeta. Não sabendo ler e escrever, sempre solicitava aos netos que lessem a Bíblia para ela. Muito embora não soubesse ler, sabia de cór os principais textos bíblicos e os hinos mais cantados em nossa igreja. Ela era dizimista fiel e sempre solicitava à filha que cuidava de seus rendimentos para que lhe desse o dizimo para entrega-lo ao Senhor. Em todas as refeições nós liamos uma porção da Bíblia e orávamos agradecendo o pão e intercedendo pelos necessitados. Na sua casa, até o papagaio recitava os salmos e cantava hinos. Enquanto ela viveu, sempre procurou ensinar aos filhos e aos netos o caminho cristão. ( Pena que alguns de seus filhos e netos hoje estão longe do rebanho do Senhor...)
4.3 - Agradeço a Deus pela benção que minhas avós foram para minha vida, seus exemplos de fé, amor e esperança estarão sempre presentes na minha memória, como dóceis momentos que contribuíram para a formação do meu caráter e fortalecimento da minha fé.
Na família de Andrew Murray, na África do Sul, nasceram onze filhos, dos quais cinco se tornaram pastores e quatro filhas vieram a ser esposas de pastores. A geração seguinte foi ainda mais admirável, eis que dez netos foram consagrados ministros do evangelho e treze foram enviados para campos missionários. O segredo desta família foi a saudável influência cristã no lar em que cresceram e foram educados.
Também nos lembramos do exemplo de Suzan Weslei, que viveu no século 18, teve 19 filhos e passava pelo menos 1 hora por semana com cada filho. Seu marido era pastor anglicano e tinha muito pouco tempo para estar com a família, porisso a Suzan coube o papel de educar todos os seus filhos e ensinar-lhes a palavra de Deus. Certa vez lhe perguntaram como ela alcançava o sucesso nesta árdua tarefa, ela respondeu que a partir do momento que cada criança começava a falar, ela logo a ensinava a orar e a depender de Deus. Metade de seus filhos tornaram-se pastores e foram lideres dos movimentos de avivamento que aconteceram na Inglaterra naqueles dias.
CONCLUSÃO
1. Mães fazem a história, a nossa história. História escrita com amor e devoção. História forjada na auto-renúncia e desprendimento. Neste dia especial, nossa homenagem a vocês, queridas mamães, que nos fazem as pessoas mais felizes do mundo!
2. Sabemos que é muito difícil para você, nestes dias tão turbulentos e inseguros, ser mãe que sempre sonhou. Porisso, nosso conselho é que busque realizar este desejo, sob a dependência de Deus e confiança na orientação de Jesus como seu salvador, guia e Senhor.
3. Nada será impossível se a sua fé estiver depositada em Deus. A Palavra de Deus nos declara: “Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele e o mais ele fará”.
3. Busque esta experiência tão importante e verá que ela terá reflexos positivos para a vida da sua família. Deposite a sua confiança em Jesus, permitindo que Ele conduza a sua vida e certamente você descobrirá que é possível tornar visível a bênção de pertencer a um lar feliz.