Pelo menos e praza que mais dia menos dia, se a fome for superada, não venham as armas esclarecer tão estranha proposta. | | | LULA DA SILVA As armas devem financiar a fome O presidente brasileiro apresentou, este domingo em Evian o seu projecto de criação de um fundo mundial contra a fome aos líderes das oito potências mundiais: um imposto sobre as vendas internacionais de armas. «A fome não pode esperar», frisou Lula. | | 17h08 01 de Junho 2003 | | | | | | | | | | | «A minha proposta é a da criação de um fundo mundial capaz de dar de comer a quem tem fome e que simultaneamente remedeia as causas estruturais da fome», declarou Luís Inácio Lula da Silva perante os oito homens mais poderosos do mundo e os representantes dos países pobres e emergentes que almoçaram juntos este domingo em Evian, na França.
Lula foi convidado pelo presidente francês Jacques Chirac, anfitrião da cimeira do G8, a participar num «diálogo alargado» com outros dirigentes de países pobres e emergentes, na abertura da cimeira dos chefes de Estado e de Governo do grupo dos oito países mais poderosos do mundo (Estados Unidos, Alemanha, Canadá, França, Grã-Bretanha, Itália, Japão e Rússia).
«Existem várias formas de gerar o financiamento de um fundo desta natureza», sublinhou o Chefe de Estado brasileiro no seu discurso. «A primeira seria a taxação do comércio internacional de armas, o que traria vantagens do ponto de vista económico e social», explicou.
«Uma outra possibilidade seria criar mecanismos para incitar os países ricos a reinvestir nestes fundos uma percentagem do serviço da dívida pago pelos países devedores», acrescentou.
«A fome não pode esperar», frisou Lula no seu discurso.
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Logrará Lula seu intento?!... Chirac apoia... | | | CHIRAC «Sim» à tributação de venda de armas para fundo contra a fome O presidente francês apoiou hoje, em Evian, onde decorre o encontro do G8, a tributação sobre as vendas de armas para alimentar um fundo mundial de luta contra a fome. Jacques Chirac lembrou que o continente africano deve ser uma prioridade do mundo. | | 20h47 1 de Junho 2003 | | | | | | | | | | | A proposta de criação de um fundo mundial de luta contra fome, mantido através de uma tributação sobre a venda internacional de armas.
O presidente do Brasil, Lula da Silva, lançou o desafio durante a sua intervenção na Cimeira do G8, onde participou como convidado do chefe de Estado francês.
Esta medida não seria «injustificada», considerou o presidente francês, Jacques Chirac, em conferência de imprensa.
África prioritária
O chefe de Estado francês lembrou ainda que o continente africano deve ser apoiado pela comunidade internacional.
Para Jacques Chirac convidar os países para a nova parceria de desenvolvimento africano, reafirma o interesse de Paris pelo continente.
«Africa é sem dúvida nenhuma a parte do mundo confrontada com maiores problemas e um pouco à deriva. Deve ser apoiada no seu desenvolvimento de modo constante e sem interrupções.»
Paris propõe um aumento das subvenções e da ajuda alimentar. «Invoquei nas minhas propostas para África as subvenções e ajuda alimentar. Na realidade um meio de apoio que num estado actual é naturalmente contestável.»
Chirac lembra avanços no Médio Oriente
Chirac lembrou ainda que considera de «grande importância» o encontro entre o presidente norte-americano George W. Bush e os dirigentes árabes, previsto para terça-feira, em Charm el Cheik, no Egipto.
«Desejo que a reunião permita avançar, assim como o encontro de quarta-feira em Aqaba, com a via da paz», acrescentou.
O chefe de Estado anunciou também que a França vai triplicar a sua participação no Fundo Mundial de Luta contra a Sida, elevando assim a contribuição do país de 50 milhões de euros por ano para 150.
Nestas declarações, Chirac adiantou ainda que deseja prosseguir, aprofundar e melhorar a fórmula do diálogo alargado o entre o G8 e os países mais pobres. | |