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Discursos-->Posse na cadeira 26 -- 27/06/2000 - 05:24 (Horácio Matoso) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Posse na cadeira 26 da A L A



O jornalista Horácio Matoso, proprietário e Redator do jornal “Correio de Russas”, editado na cidade cearense de Russas, membro da Associação Cearense de Imprensa ( A C I ), e da Associação Cearense de Jornalistas do Interior (ACEJI), foi escolhido pela Academia de Letras de Aracati (ALA), para ocupar a cadeira número 26.
Eis o seu discurso:

PREZADOS ACADÊMICOS,
Senhores e Senhoras.
Prezado amigo e confrade Antônio Monteiro, mui digno Presidente da Academia de Letras de Aracati e companheiro da ACEJI
Sensibilizado com o convite que me foi formulado, aqui me encontro para tomar posse na cadeira 26, desta Academia, que tem com Patrono o notável escritor e cronista Humberto de Campos.
Envaidecido com a aprovação do meu nome para compor este sodalício , só me resta agradecer penhoradamente aos seus componentes a lembrança em escolher este jornalista do sertão, que não tem outro mérito, senão editorializar o jornal semanário “Correio de Russas” órgão destinado a defender os interesses da Região Jaguaribana.
E, falando em jornal que se edita no interior, devo dizer, com conhecimento de causa, que o jornal interiorano vive de teimoso que é, somada à teimosia dos homens que a fazem.
Aqui mesmo no Aracati, tem-se o exemplo. Vários jornais foram fundados por valorosos jornalistas, entretanto, tiveram vida efêmera.
Se não fora o espírito de luta e a pertinácia de um Ananias Arruda, o jornal “A VERDADE”, de Baturité, não teria completado 50 anos de fundação.
E, para comprovar o que foi dito, basta citar a frase que escolheu o jornal “GAZETA DO VALE”, editado nesta cidade de Aracati: “morrendo e resistindo... resistindo e morrendo...”.


Minhas senhoras
Meus Senhores.

Alegra-me bastante, rememorar aqui traços biográficos do PATRONO desta Academia, o escritor e romancista Adolfo Caminha. Nasceu nesta cidade de Aracati, no dia 29 de maio de 1867, filho de Raimundo Ferreira dos Santos Caminha e Maria Firmina Caminha.
Muito jovem ingressou na Escola Naval, sendo guarda-marinha em 27 de novembro de 1885 e, segundo-tenente em 9 de julho de 1888. De uma excursão aos Estados Unidos, como Oficial do Cruzador “Almirante Barroso”, resultou o livro no País dos Ianques, narração de viagem.
Posteriormente deixou a farda e transferiu residência para o Rio de Janeiro, onde passou a viver do jornalismo e de um emprego público. Publicou, então, o Romance a Normalista, sua obra prima, e o Bom Crioulo – ambos de cunho realista.
O Romance a Normalista tem como cenário a cidade de Fortaleza, o enredo gira em torno da vida amorosa de dois estudantes. A vida provinciana de Fortaleza, descreve-a o autor com cores bem vivas e carregadas, pondo em destaque as cruezas de uma sociedade eivada de vícios. Domina em toda a obra a preocupação de tornar cenas e ambientes o mais real possível. Os personagens , pinta-os com as cores de um naturalista requintado, de um analista do escalpelo para esvurmar os vícios de uma sociedade em decomposição.
Adolfo Caminha é, no dizer de Josué Montelo, o “último, em data, dos grandes naturalistas brasileiros”. Para ele “foi na tendência realista e naturalista que se realizou Caminha, na super valorização dos instintos sobre os sentimentos, e dos traços e reações fisiológicos para definição da alma e do caráter dos personagens”.
Eis aí o que foi possível escrever sobre o PATRONO de nossa Academia
Já que delineei traços da vida de Adolfo Caminha, cumpre-me também a obrigação de falar sobre o Patrono da cadeira 26, da qual por gentileza dos caros acadêmicos, fui escolhido para ocupá-la.
O Escritor e cronista Humberto de Campos nasceu em Maritiba (hoje Humberto de Campos) no Maranhão, em 25 de outubro de 1886, e faleceu no Rio de Janeiro, em 5 de dezembro de 1934. Com seis anos de idade foi levado por sua família para Parnaíba. No Piaui estudou no Externato São José e no Colégio Saraiva. Em 1899, empregou-se, como tipógrafo, na Tipografia de “O COMERCIAL” a serviço da casa Transmontana e do jornal do Maranhão, voltou nesse mesmo ano ao seu Estado natal. Em 1902, esteve novamente no Piaui. Em 1903, percorreu os rios Purus, Madeira e Juruá. Desempenhando incumbência recebida de um escritório de Belém. Embora com a saude abalada, visitou, a seguir, as obras contra as secas no Ceará, Piaui e Maranhão. Em 1908, volta ao Amazonas, a fim de dirigir a exploração de seringais. As deploráveis de vida dos homens empregados nesse serviço revoltaram Humberto de Campos, que escreveu sobre o assunto uma série de artigos para a Folha do Norte, de Belém. O valor do jovem escritor foi revelado por esses artigos ao Senador Antônio Lemos, que fez de seu secretário particular, redator do Província do Pará. Chefe de Seção da Prefeitura da Capital, diretor da Secretaria de Conselho Municipal, Secretário da Comissão Executiva do Partido Republicano Paraense e Secretário da Municipalidade.
Em 1912, porém, com a queda do partido a que pertencia aquele Senador, viajou Humberto de Campos para o Rio de Janeiro, passando a trabalhar na redação do Imparcial. Em 1919, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. Entre os inúmeros livros que publicou, destacam-se: Poeira 1911, Vale do Josafá, 1918; A Serpente de Bronze, 1921; A Bacia de Pilatos, 1923; Alcova e Salão, 1927; O Brasil Anedótico, 1927; Memórias, 1932; Critica, 1933. Deixou no prelo, Destinos e os Donos dos nossos versos.
Finalizando estas palavras que marcam a minha posse na Cadeira 26 desta Academia, só me resta mais uma vez, deixar patenteado .o meu muito obrigado aos prezados acadêmicos, por terem escolhido este humilde admirador das letras, para integrar esta atuante Academia, deixando claro, nesta oportunidade, o firme propósito de tudo fazer pelo engrandecimento da Academia de Letras do Aracati ( A LA)




OBS.

O primeiro e-mail dando ciência deste artigo na Usina de Letras, fará jús ao Livro A NORMALISTA, de Adolfo Caminha, que será enviado livre de qualquer despesa.
Não esquecer de enviar o endereço para remessa pelo Correio.
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