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Discursos-->Mentiras -- 13/10/2003 - 08:30 (maria da graça almeida) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Mentiras
maria da graça almeida

Desfaço-me da juventude,
não como me desfaria
de um jóia preciosa,
de um vestido elegante,
do livro mais gostado.

Desfaço-me da juventude
como me desfaria
de um velho batom,
uma lingerie desbotada,
uma meia desfiada.

Abandono-a com calma,
sem sofreguidão.
Largo-a com dores
no corpo, não na alma,
ou no coração.

Relego-a sem as
sombras da solidão,
que rasuram a face,
que danificam as mãos;
sem as mágoas da saudade,
que calcificam o pensamento,
sem a garantia da reversão,
ou a possibilidade do arrependimento.

Desisto da juventude
com sutis propriedades,
ou com estouro de um rojão,
porque quando a vontade
não determina,
não haverá explosão,
nem vaidade feminina
que a soerguerão.

Com naturalidade,
dela, despojo-me, sim,
pois, há muito tempo,
num surto de saciedade,
ela despiu-se de mim.

(Distancio-me da juventude
e faço o jogo do contente.
Com um cisco na retina
peço a Deus que me ajude
a olhar só para frente.)


maria da graça almeida
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