Quando aqui na Usina leio expressas ameaças de recurso à justiça com processos sobre difamação, por esta vertente, quanto a mim assaz ridícula e imbecil entre humanos, ocorre-me de imediato pensar como seria difícil recorrer a idêntica medida com vista a indemnizar os animais que diariamente com sistemático frenesi são insultados sem qualquer sinal de respeito e reconsideração. Denominar alguém de "burro", "camelo" e "porco" é apenas o recurso insultuoso mais frequente mas, bem pesada a ofensa, nem tanto assim é das mais graves. Proponho-me pois advogar algumas espécies cujo nome é constante e estultamente arrastado pela lama vocabular de indivíduos useiros-e-vezeiros em tal hábito, como, por exemplo e para frontalmente bem especificar, Milene Arder e Géber Accioly, que destaco dentre outros mais no que à Usina concerne.
Armados em cucos...
Confesso que, embora sobre ciência ornitológica sequer o mínimo domine da especialidade, nunca vi um cuco de óculos escuros e gola levantada a dar opiniões disparatadas. Quem terá estabelecido o direito de usar esta ave, que simpaticamente aparece de visita durante os meses quentes, para simbolizar alguém que se faz de superior e arrogante, como deveras são os designados MA e GA, um autêntico casal de pavoneadores humanos depenados? A quem pediram autorização para insidiosamente provocarem animalidades? Lá porque o cuco é uma ave preguiçosa que parasita os ninhos das colegas, não dá o direito de a considerar chata e inútil. Aliás... Canta muitíssimo bem...
Mil macacos me mordam...
Será que alguém que profere a frase enunciada, e logo por mil, alguma vez foi mordido por um macaco? Acusar estes nossos primos de andar por aí à dentada só porque alguém tem dificuldade em acreditar em alguma coisa, tal como o Tim-Tim quando na popinha lhe bate o vento, não me parece adequado e correcto. Pelo menos deveria usar-se imagens mais reais como " mil pulgas me mordam" ou "o gebo do cão do segundo-esquerdo me ferre". Sempre faria muito mais exacto sentido...
Má como as cobras...
Esta expressão então é o cúmulo!... Quem somos nós para difamar as cobras?... Assim, de repente, lembro-me de dois humanos bem mais pérfidos do que qualquer réptil que rasteje no mais desprezível dos pântanos. Ficaria o Senhor Accioly só por uma queixa-crime se alguém estivesse todos os dias a compará-lo à pior das maldades?... Pela aragem de sua escrita... Não me parece que se detivesse por aí...
Língua víperina...
Eis mais outro indecente ataque aos ofídios que apenas usam a língua para medir a temperatura ambiente que os rodeiam e nunca para fins menos decorosos... Sabiam?!... Nunca ouvi uma víbora dizer a mais pequena coisa sobre outro animal. Acham as víboras com cara de Milene Arder?!... No entanto, esta destrambolhada usuária não usa a língua porque neste exercício não surtiria efeito, mas usa correntemente a tecla viperina e plena de bostidades, tipo sonda de espermatozóides virtuais com que amacia os contínuos e merdíferos "insere-deleta-insere-deleta" em busca dos bostantes amantes que lhe aparem a bostência...
Ovelha ronhosa...
A imagem que pretendo transmitir refere-se a um ovino-fêmea afectado por sarna ronhenta, o que o submete ao uso e reabuso desta tão pouco elegante expressão. Então... Faz-se uso da desgraça da pobre ovelha, já a braços... Digo, já a patas com uma doença tão incomodativa?... O que se diria se em substituíção se utilizasse "és uma autêntica acnosa entre a família usinal"!... Nada... Mesmo nada simpático...
Resumindo a "bicharada"...
Depois dos brevíssimos exemplos que apresento, considero que os "burros e asnos", os "porcos", os "camelos", as "vaquinhas" e os "boizinhos" até são "animais" muitíssimo priveligiados...
Gostou... Ex.ma Milene Arder, mãe amantíssima, esposa super fiel e professora especialista em língua portuguesa?...
Gostou... Ex.mo Senhor Géber Accioly, autêntico, humanista e pintor?...
Senão gostaram... Têm ambos um remédio: voltem de novo à bosteirada onde frequentemente chapinam na espectativa de bosteirarem todos e tudo... Comigo... A bosta vai de volta e quanto possível a triplicar. Aproveito o ensejo para arejar o símio antes que morda em alguém.
Torre da Guia = Portus Calle |