Usina de Letras

Não temo mais a Guerra Fria
Quando russos e americanos
Num momento de engano
Ou mesmo num ato insano
Poderiam matar milhões de inocentes
Com suas armas atômicas, possantes

As bombas atômicas ainda estão lá,
Mas agora os dois inimigos
São parceiros, bons amigos.
Todavia as guerras ainda estão lá;
Os inimigos tornaram-se invisíveis
E ao mesmo tempo invencíveis.

Eu temo que essas armas pesadas
Carregadas com um vírus mortal
Sejam roubadas e contrabandeadas
E caiam nas mãos de um grupo radial
E sejam usadas para espalhar
A morte e a discórdia mundial.

Eu temo esses governos arrogantes
Que em nome de uma falsa verdade
Cometem os atos mais indecentes.
E em nome de uma falsa liberdade
Da qual acham-se os únicos representantes
Cometem as mais absurdas atrocidades.

Eu temo mais a falsa democracia
Que as mais insanas teocracias;
Pois estas seduzem com facilidade,
Burlam as leis com grande perícia,
Invadem países de destroem nações
E espalham miséria e humilhações.

Eu não temo mais a Guerra Fria,
Nem mesmo aquele mundo bi-polarizado.
Mas eu temo essa nova geografia
Onde o mundo está dividido
Não em nações, mas em religiões
E que podem levar a uma guerra de civilizações.