O que se diz e considera sobre Fidel Castro à direita e à esquerda, em súmula analítica quanto a mim, representa à tona o famigerado busílis político com que hodiernamente a humanidade se debate: ora se observa um líder de um regime ditatorial baseado numa política de partido único, alicerçado numa polícia repressiva de estado, no que diz respeito à liberdade de expressão e à aplicação de penas duras, inclusive a morte, a presos políticos, ora se está perante um herói da revolução social que garante a repartição equitável da riqueza entre os seus concidadãos.
Em 2005, a revista Forbes avaliou o patrimônio de Fidel em mais de 500 milhões de dólares. Com essa fortuna acumulada, ele alcançou o décimo lugar na categoria "governantes e membros da realeza mais ricos do mundo."
Em 1 de Agosto de 2006, o dirigente cubano delegou com carácter provisório, por razões de saúde, suas funções de comandante supremo das Forças Armadas, secretário-geral do Partido Comunista de Cuba e de presidente do Conselho de Estado ao seu irmão Raúl Castro, como prevê a Constituição em vigor.
Filho de um imigrante da Galiza e de Lina Ruz González, Fidel Castro foi educado em colégios jesuítas, como o Colegio Belén em Havana. Foi acólito religioso e ajudante do padre na missa. Alto e de porte atlético, premiaram-no como o melhor atleta estudantil secundarista cubano em 1944. Em 1945 entrou na Universidade de Havana, formando-se em Direito em 1950.
Após um fracassado ataque a um quartel de Moncada em 26 de Julho de 1953, data que dará o nome ao Movimento Revolucionário e todos os anos é comemorada em Cuba com grandes manifestações populares, foi preso e condenado a 15 anos de prisão. Durante o julgamento, Fidel fez sua auto defesa e defendeu o direito dos povos de lutarem contra a tirania, quando pronunciou as famosas palavras "A história me absolverá". Após sua auto defesa, Fidel foi liberado, tendo apenas cumprido dois anos de prisão. Viajou pelos EUA para encontrar-se com grupos cubanos exilados naquele país, os quais o ajudaram a finaciar a expulsão do ditador Fulgencio Batista do poder. Exilou-se em seguida no México, onde montou e treinou uma guerrilha, retornando clandestinamente a Cuba no iate Granma, com capacidade para 8 pessoas, mas no qual embarcaram 82 homens, entre eles o argentino Ernesto Guevara de la Serna, o famosíssimo Che Guevara. O desembarque não foi bem sucedido e o navio afundou-se com as armas. Castro refugiou-se em Serra Maestra, onde reorganizou a guerrilha que acabou por derrubar Batista.
Embora Fidel Castro visitasse, após a vitória, os EUA, o governo do democrata Kennedy tentou derrubá-lo através de uma operação desastrosa, o famoso episódio da Baía dos Porcos, em Abril de 1961, o que o levou a aliar-se à URSS, que lhe concedeu apoio econômico e militar, comprando a maioria do açúcar cubano. A partir de então, Cuba passou a sofrer um embargo econômico por parte dos EUA. A este respeito disse Fidel Castro: "Nuestro pueblo heroico ha luchado 44 años desde una pequeña isla del Caribe a pocas millas de la más poderosa potencia imperial que ha conocido la humanidad. Con ello ha escrito una página sin precedentes en la historia. Nunca el mundo vio tan desigual lucha".
Em seguimento, como conseqüência da derrocada política na URSS, Cuba foi obrigada a reestruturar seu modelo econômico. A fragilidade de economia planificada, sem a protecção russa, demonstrou-se pela escassez de produtos na ilha.
Todavia, o castrismo foi bem sucedido em diversos aspectos, como por exemplo na construção de um sistema de saúde de boa qualidade, mesmo para o padrão dos países ricos, e na manutenção de uma cultura nacional rica e exótica. Em reconhecimento a seus esforços, Fidel Castro foi o primeiro chefe de Estado a receber a medalha da "Saúde para todos" da OMS, em 12 de abril de 1988.
Em 2000, após mais de 40 anos de castrismo, as taxas oficiais cubanas melhoraram tanto para a alfabetização - 98% - como para a mortalidade infantil - 0,7%. Segundo as estatísticas da UNESCO, a taxa de instrução em Cuba é uma das mais elevadas da América Latina.
Na área da educação, em 1961, foi lançada uma campanha de alfabetização, que em um ano logrou alfabetizar 1.124.000 habitantes iletrados, que na época contava com uma população de 6 milhões de habitantes. Desenvolveram-se diversas universidades, cursos técnicos, formaram-se médicos, desportistas, economistas e artistas de alta qualidade. Actualmente Cuba, no que a educação concerne , está entre os 30 primeiros países do mundo. Porém, aos cubanos só é permitido ler o que edita o governo, além do índice de livros lidos por habitante ser inferior ao do México.
Entre as palavras de ordem oficiais que os jovens devem repetir na escola cubana, podemos encontrar as seguintes:
Pioneiros para o Comunismo, seremos como Che.
Comandante, Ordem!
ordem sobre esta terra,
nós faremos guerra,
se o imperialismo vier.
Ódio e Morte para o Imperialismo Norte Americano!
Então porque não encomendar aos astros um muito mais efectivo e coerente apelo, vem para dentro das entranhas do permanecente busílis: ódio e morte aos 500 milhões de dólares de Fidel Castro!... |