Hoje pela manhã, mais uma vez, vi nos tele-jornais o noticiário político e fiquei, como sempre, decepcionado com a falta de ética associada as corrupções existentes em nosso país. O pior é me achar impotente diante os acontecimentos e ter que conviver com essa situação.
Fico mais preocupado em pertencer a uma geração que não deixará legados democráticos para nossos filhos e netos.
Quando faço uma retrospectiva do que já vimos e passamos com os desmandos no processo político nacional, fico desapontado, desmotivado e revoltado.
O custo da democracia vem me parecendo muito caro para o povo brasileiro, que tanto trabalha e pouco ganha, que tanto estuda e pouco aprende, que tanto sofre e não é recompensado.
De que valeu “as diretas já?” De que valeu a renúncia do presidente Jânio Quadros? De que valeu a revolução de 01 de abril de 1964? De que valeu o impedimento do presidente Fernando Collor de Melo? Resta-nos então lembrar com certo saudosismo do mandato do Dr. Juscelino Kubischek de Oliveira e de Fernando Henrique Cardoso.
Falo apenas nos governos ditos democratas, sem lembrar a fase da ditadura militar.
Infelizmente vejo que no presente momento político no Brasil, a cesta família, assim como os demais “chamados movimentos sociais” substituir o coronelismo da época getulista tão combatido por ser voto de cabresto.
Tal qual no passado, agora trabalhada pela máquina governamental os “cartões sociais” substituíram a compra de voto feita anteriormente pelos coronéis de engenho.
Sabemos que precisamos continuar lutando pela democracia, mas não sabemos sequer em quem votar. Estamos indignados, avultados pelos acontecimentos dos compradores de dossiês, dos oportunistas de mensalões, sanguessugas, bingueiros, manobreiros e manobristas.
Votar na direita ou na esquerda? Porventura os políticos sabem a que corrente pertencem? Centro-esquerda ou centro-direita?... a miscelânea continua.
Ser honesto não é virtude é obrigação, diziam os mais velhos; entretanto isso ficou para poucos, tão poucos que chegam a se envergonhar de serem assim.
Não vou protestar votando em branco ou nulo, pois essa seria uma forma covarde de tentar acertar. Votarei em mudanças, mesmo correndo riscos, mas procurando dizer mais uma vez: “Não estou satisfeito com o que está acontecendo em nosso país”.
JK quando em seu discurso disse: “Desse planalto central, dessa solidão que em breve se transformará no palco das mais altas decisões nacionais...” jamais poderia supor que seria um palco de inescrupulosos, políticos corruptos que desintegram os mais lindos sonhos e ideais brasileiros.
Brasileiro, sou e serei, entretanto minha voz é muito baixa para ser ouvida pelos barulhentos discursos dos indignos gritalhões, de lobistas populistas que assentam em cadeiras estofadas, e malfadam legislando e administrando o nosso país.
“Esse é meu grito de revolta”, um grito sem som, mas uma ferramenta que poderá abrir uma porta de esperança!
20/09/06
Paulo M.Bernardo
Leia em cartas: Aos Santos e Anjos (só eles poderão ajudar!)