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Discursos-->Temos o medo nas entranhas -- 29/03/2007 - 17:42 (MARIA CRISTINA DOBAL CAMPIGLIA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Número do Registro de Direito Autoral:131013761369999000

Medo e Pavor.


Temos o medo nas entranhas:
O medo de morrer de fome,
Que se converte no medo de não poder comer o que gostamos,
Que vira o medo de não poder dar aos filhos o que gostam.
Que então é o medo de não poder viver como aprendemos,
Com privilégios ou pequenos ou grandes prazeres,
Com possibilidades de realizar muitas coisas que vimos fazendo,
Que acreditamos que nos realizam.

E o medo vira pavor :
Pavor de ser algo que não planejamos,
Pavor de ter que refazer nossas cabeças,
De deixar nossas medíocres vidas,
De pedir por nossas pobres partes esquecidas,
De vulgares sentimentos acomodados,
De tristes olhares vazios,
De mesmice normal e rotineira, boazinha e bonitinha.

Numa cadeira sem balanço no meio da sala.
Na frente da tevê. No meio da cidade, não muito longe do shopping,
Sem o qual não saberíamos viver.

Tudo que conhecemos sobre nós mesmos é a ponta do iceberg.
Que veneramos como o melhor que temos.
Como o maior que somos.
Como nós mesmos inteiros e totais.
Pobres corações triturados pela teia civilizada
De nossas canções aprendidas,
De nossas poesias decoradas,
De nossa melhor roupa de festa.






É conveniente ter medo da Vida.
E é civilizado pensar no amanhã
Com a certeza das coisas resolvidas.
Te digo também que nós somos iguais.
Semelhantes, parecidos, quase iguais: até nas roupas de época.
Somos uns soldados que não recusam ordens,
Que não tem liberdade para criar na dança-
Soldados não dançam. Apenas têm uniformes.


Virar trapezista, ou cantor de boate, ou maquinista de trem
em cidade interiorana com alma renascentista...
(Não mata!)
Ou mergulhar no oceano, ou dormir na praça com os amigos...
(Que amigos... topariam?)
Ou almoçar na janta, ou visitar os museus, todos da cidade, sem ter férias,
Apenas por prazer.
Ou parar no parque às dez da manhã, às segundas feiras,
Para observar as árvores e pisar na grama...
Para dizer à gente mesmo :
E agora - quem sou? O que quero? Qual é o meu medo?
Qual é o tamanho da coragem
E o tamanho do pavor
Para trocar a máquina (carro, computador, celular) por uma pausa
Uma simples e pequena pausa- onde sinta o corpo
E volte a lembrar que tenho uns bilhões de neurônios,
Um par de pernas- um monte de outras estruturas anatômicas
E um coração?



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