A Secretaria de Imprensa da Presidência da República da Colômbia rechaça as declarações contraditórias do Presidente do Equador, Rafael Correa, que, através de meios de comunicação no México, expressou algumas mensagens construtivas e outras desorientadoras que causam transtorno.
1. O Presidente Rafael Correa aceitou a sugestão do Grupo Carter de contribuir, sem declarações negativas, para melhorar as relações com a Colômbia e, através deste Grupo, enviou uma mensagem positiva ao Presidente Álvaro Uribe. Suas recentes declarações no México demonstram falta de seriedade ante o compromisso assumido com o Grupo Carter.
2. O Governo da Colômbia tem autoridade moral para lutar contra o terrorismo. Tem enfrentado decididamente a guerrilha e tem combatido e desmontado o para-militarismo. Diferentemente do ocorrido em outros países da América Latina, em nosso país não há luta de uma insurgência idealista contra uma ditadura, senão o desafio de um terrorismo narco-traficante contra uma democracia plural e abonadora.
3. O Governo e as Forças Armadas da Colômbia aceleraram seis tentativas contra “Raúl Reyes” e mantiveram combates periódicos contra os anéis de segurança deste terrorista. O Presidente Álvaro Uribe assumiu diretamente a responsabilidade da operação e não a descarregou nas Forças Armadas, não desorientou a opinião pública nem maltratou a cúpula militar.
4. As autoridades colombianas encontraram computadores em perfeito estado com terroristas abatidos pela Força Pública em diferentes operações. Basta mencionar os bombardeios contra o “Negro Acacio”, “Martim Caballero” e “Carlos Antonio Losada”, entre outros. O confisco de um computador encontrado em poder de um terrorista serviu de princípio de prova para ajuizar a relação de políticos com para-militares, situação que ainda falta esclarecer com relação à guerrilha.
5. Os computadores confiscados de “Raúl Reyes” foram entregues à INTERPOL para determinar a autenticidade e integridade de seus arquivos. Com esta informação, por exemplo, e com a cooperação do Governo da Costa Rica, conseguiu-se encontrar uma caixa-forte com 480 mil dólares das FARC, em uma residência na capital desse país.
6. O Governo da Colômbia entregou provas sobre possíveis nexos de integrantes do Governo equatoriano e de membros da campanha presidencial de Rafael Correa com o grupo terrorista das FARC.
7. O Governo colombiano soube que as Forças Armadas do Equador foram desautorizadas pelo Presidente Rafael Correa, quando adiantavam operações contra as FARC em território equatoriano.
8. O Governo do Equador se contradiz ao assegurar que não sabia da presença das FARC nem de “Raúl Reyes”, enquanto outras vezes reconhece e assegura que manteve contatos com esse grupo terrorista para buscar um acordo humanitário. O Governo equatoriano foi informado muitas vezes da presença das FARC em seu território.
9. A Colômbia, por solicitação do Governo equatoriano, suspendeu há mais de um ano a fumigação de cultivos ilícitos em uma faixa de 10 kilômetros de largura em território colombiano, e a substituiu por erradicação manual. O protesto contra as fumigações sempre teve como promotor o grupo terrorista das FARC.
10. Desde o Equador, as FARC produziram um sem-número de atentados contra cidadãos e Força Pública da Colômbia. Contra colombianos inocentes que estavam na tarefa de erradicação manual de cultivos ilícitos. Desde 2004 há documentados 40 casos destes ataques com o assassinato de muitos soldados, policiais e civis. Em fevereiro deste ano, as FARC ativaram desde o Equador minas anti-pessoal que assassinaram, em território colombiano, erradicadores manuais de cultivos ilícitos e integrantes da Força Pública que os protegiam.
11. O Governo da Colômbia reitera seu rechaço à atenuante com que o Presidente Rafael Correa quis favorecer a presença das FARC em seu território, ao argumentar que se tratava de um acampamento de passagem, quando na realidade demonstrou-se que era um acampamento permanente.
12. Os que estão em um acampamento terrorista em qualquer atividade distinta do cumprimento de uma missão humanitária autorizada, incorrem no delito de comum acordo agravado para o terrorismo.
13. O Governo da Colômbia lembra que entre os atos terroristas das FARC estão o seqüestro da cidadã colombo-francesa Ingrid Betancourt e os demais integrantes do grupo de vítimas; de três cidadãos norte-americanos e de 750 colombianos seqüestrados nos últimos dez anos que não regressaram a seus lares. Também a participação internacional das FARC no seqüestro e assassinato de Cecilia Cubas, filha do ex-presidente do Paraguai, Raúl Cubas, e o recrutamento de menores, a mutilação de crianças com minas anti-pessoal, seu financiamento com o narco-tráfico, carros-bomba, como o do Clube El Nogal e massacres. Tudo isto evidencia que as FARC são um grupo terrorista, tal como declararam o Canadá, a União Européia e os Estados Unidos. Violência contra a democracia é terrorismo: basta ler a legislação da Organização das Nações Unidas (ONU).
14. O Governo da Colômbia reitera seu compromisso de cumprir o acordado ante a Organização dos Estados Americanos (OEA) e ante o Grupo do Rio. É necessário enfrentar estes compromissos com seriedade e decisão, tal como a Colômbia enfrenta na batalha contra o terrorismo.