O que sabias da vida
Quando pela vez primeira
Embalaste no colo o teu filho?
Te sentias exultante,
Eras pai, naquele instante,
A vida, tão cheia de brilho!
E o que o teu filho sabia
da vida que ainda viria,
Quando pela vez primeira
Pegaste em sua mão,
E olhando nos seus olhos,
Disseste: sou teu amigo,
Meu filho, conte comigo,
Teu sofrimento é minha dor?
E quantos gestos de amor,
Quantas lágrimas, quanto pranto
Teu coração derramou,
Quando, enfim, tu percebeste,
Que, nesta vida, é evidente,
Nem pai poderá sofrer
Aquilo que é do filho
Para aprender a viver?
E mais lágrimas derramaste,
Pois é do pai o inconformismo,
Não poder mais evitar,
Que o filho encare a vida,
Que aprenda a amar,
Que descubra os mistérios,
Deste nosso ministério,
Que devemos enfrentar.
E tu, pai, que venceste,
És amigo e companheiro,
Tens no filho o parceiro,
Que te ama e compreende,
Pois, enfim, ora ele entende,
Que teu amor é infinito,
Que não podes vê-lo aflito,
Que pedes a Deus, primeiro!