A vida na cidade
carece de simplicidade,
é uma gente
pouco contente,
de coração apertado,
corpo cansado,
mente cansada, apressada,
e alma agitada.
Gente que se arrasta
entre multidões,
turbilhões,
da mesma casta,
desorientada, sem saber
onde tudo vai dar
e quando,
quando é que
Papai Noel vai chegar...
Passa dia, passa noite,
o ontem vira hoje,
cada qual na sua sina,
de tropeço em tropeço,
chega-se a um fim.
Tudo, porém, tem recomeço,
e nada, de fato, termina.
Algo ao longe fulge,
tal qual raios do astro rei,
que se insinuam
ao romper da aurora,
e um novo dia descortinam.
Para justos e injustos,
a esperança, ainda que tardia,
nunca termina e quem sabe, um dia!
Recobrar-se dos sustos,
tirar de vez o desassossego,
aliviar o coração sôfrego,
e descansar-se do fardo que a alma
com assaz dor, carrega.
E neste dia, o injusto não mais o será,
o desorientado seu caminho encontrará,
o amargurado seu coração aliviará,
os desesperançados a glória terão,
os arrogantes a humildade no coração,
e este dia... então,
será Natal!!!