Ameaças à Amazônia Brasileira
Manoel Soriano Neto (*)
A Amazônia brasileira faz parte da Pan-Amazônia ou Gran-Amazônia e detém 60% de toda a sua extensão. Ela possui incomensuráveis riquezas ou tesouros, quais sejam:
a) a mestiça população amazônida, aliás, um dos maiores exemplos mundiais de miscigenação, havendo, outrossim, variados “stocks” indígenas de inúmers etnias de aborígines;
b) a sua bacia potamográfica, um verdadeiro mar interior, o “
Mare Nostrum Brasileiro”, sendo os principais rios, navegáveis por navios de qualquer calado;
c) a água doce de seus incontáveis cursos d’água;
d) as jazidas de minérios, muitos deles, estratégicos, de terceira geração;
e) a biodiversidade da floresta, com o maior banco genético do mundo e
f) a privilegiadíssima posição geoestratégica, eis que cortada pela linha do Equador, o que propicia o lançamento, em excelentes condições, de sondas, satélites, mísseis, foguetes e até de naves espaciais (daí o interesse alienígena, pelo nosso Campo de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, localizado, aduza-se, na “Amazônia Legal Brasileira"...).
Evidentemente, tudo isso vem despertando, máxime nos dias atuais, a cobiça internacional, particularmente das Nações hegemônicas, que vêm contando, desafortunadamente, com a falta de patriotismo, com a omissão e a leniência das ditas “elites” pensantes e governamentais do Brasil. A fragilidade militar brasileira, tão necessária para a “ocupação, defesa e guarda” da Amazônia (atual mote da Liga da Defesa Nacional) é bem um exemplo desse desastroso descuido, que precisa ser reparado, o mais urgentemente possível.
Em apertada síntese, pode-se alistar, entre outras, as seguintes e atuais ameaças à Soberania Nacional na Amazônia:
a. a caótica política indigenista brasileira, a cargo da FUNAI - que almeja a segregação dos índíos e a criação de “Nações Indígenas” -, atentatória à Unidade Nacional (Unidades linguística e territorial), eis que fracionará o Brasil em vários “Kosovos” de silvícolas;
b. a política ambientalista, ora em curso, sob a orientação do IBAMA, contrária, o mais das vezes, ao desenvolvimento e aos magnos interesses da segurança nacional, haja vista a venda de extensos tratos de terras a nacionais e estrangeiros. Diga-se que a floresta amazônica não pode ser “congelada”, como se um imenso jardim botânico ou uma estratégica e descomunal reserva técnica/almoxarifado fosse, para a utilização, a médio e longo prazos, por países centrais que, por isso, pugnam por seu tombamento como “patrimônio comum da humanidade”;
c.a homologação de colossais reservas indígenas, em área contínua (como as de Roraima), já estando 12% (!) do território nacional reservados para os índios;
d. a perniciosa “Lei de Gestão das Florestas Públicas” (Lei 11284/2006) que prevê o aluguel/arrendamento, por 40 anos, renováveis por mais 40, a nacionais e estrangeiros (!), de grandes trechos da floresta, já tendo sido licitadas 351 áreas para a “exploração sustentável”. Fica claro que a “biopirataria” será tremendamente intensificada;
e. o desmatamento indiscriminado, em especial ao Sul da calha do rio Amazonas, por madeireiros, plantadores de soja, criadores de gado, etc.
f. a existência de inúmeras ONGs, nacionais e/ou estrangeiras, predadoras e espiãs, acumpliciadas, muitas vezes, com missões religiosas forâneas;
g. o Decreto n°5051/2004, que promulgou a lesiva Convenção 169, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), com relação aos “povos indígenas e tribais”, uma porta aberta para a criação de enclaves ultranacionais, com vistas à internacionalização (ou “planetarização”) da Amazônia;
h. a aprovação, em setembro de 2007, da Declaração Universal dos Direitos dos Povos Indígenas, da ONU, com o entreguista voto do Brasil, visando ao enfraquecimento dos Estados Nacionais, um crime de lesa-pátria, com a intenção de secioná-los, por meio de ações independentistas de etnias tribais, criando-se Estados (eufemísticamente chamados de “Nações Indígenas”) dentro de Estados soberanos.
Eis porquê é imprescindível reaparelhar as Forças Armadas brasileiras e, cada vez mais, aperfeiçoar a nossa “estratégia da resistência”, com vistas à Ocupação, Defesa e Guarda da Amazônia.
Selva!
(*) O coronel do Exército Manoel Soriano Neto é Historiador Militar.