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Discursos-->Discurso do Secretário-Geral da SiNUS 2010 -- 12/04/2010 - 14:50 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Prezadas e prezados,

Como comentei ao final de nossa última reunião, o amigo Carlos Góes realizou importante passo no sentido de espalhar a mensagem liberal entre jovens brasileiros. Ele foi o chefe de um evento organizado por mais de 100 alunos da Universidade de Brasília para mais de 600 secundaristas de todo o Brasil. Envio seu discurso na abertura do evento.


Discurso do Secretário-Geral da SiNUS 2010
Sr. Carlos André Bezerra de Góes

proferido em 31 de março de 2010
durante a Cerimônia de Abertura
da SiNUS 2010, no Museu da República
do Conjunto Cultural da República, em
Brasília, Distrito Federal

Vossas Excelências, Srs. Delegados, Srs. Juízes e Srs. Jornalistas,

Vossa Senhoria, Prof. Dr. Eiiti Sato,

Vossa Senhoria, Sr. Edson Filho,

Vossas Senhorias, srs. convidados, professores, colegas e familiares,

Caros amigos,

Poder me dirigir a esta excelsa audiência em uma cerimônia de abertura da SiNUS é certamente um privilégio para qualquer indivíduo e, pessoalmente, é a realização de um sonho. Quando eu, como um secundarista, setei em um auditório para participar de minha primeira SiNUS, nunca imaginaria que um processo transformador estava prestes a começar.

A SiNUS é um projeto apaixonante por ter a potência de impactar as trajetórias pessoais de forma singular. Essa percepção vem de minha experiência pessoal.

Participar da SiNUS ajudou a formar minha identidade e minha visão de mundo; e influenciou de forma decisiva na escolha de meu curso universitário, na construção de meu arcabouço intelectual e na definição de minhas áreas de interesse.

A SiNUS é um projeto sócio-educativo de formação cidadã completa. Nela, quando um secundarista, aprendi um pouco sobre diversos temas – conhecimento que veio da leitura de livros, textos eletrônicos e aventuras em línguas estranhas – além de duas características essenciais para todas as áreas profissionais: negociação e oratória. Aprendi a me socializar e a me divertir como nunca com pessoas interessantes e inteligentes nas festas que honram o título de melhores festas não-alcoólicas do mundo.

Não menos importante, fiz amigos para toda a vida.

Amigos que ontem sonharam o mesmo sonho de fazer uma SiNUS perfeita aos olhos dos delegados, por ser construída por modeleiros para modeleiros. Amigos que hoje dividem comigo o difícil mas recompensador fardo de organizar um evento para 800 pessoas, com ramificações, desafios e reverberações que sequer imaginávamos existir. Amigos que acreditam ser possível amanhã a disseminação entre os indivíduos de princípios intersubjetivos alinhados com a cultura de paz e liberdade.

Neste ano, o objetivo fundamental da SiNUS é debater sobre métodos e caminhos para a promoção de uma cultura de paz e liberdade. Os fundamentos da liberdade estão na base elementar da SiNUS, isto é, na percepção de que qualquer mudança profunda na realidade econômico-político-social só pode vir de uma sociedade civil pró-ativa, que não espera por ações governamentais lentas e paliativas. Essa preocupação se reflete na política de responsabilidade sócio-ambiental da SiNUS 2010, que propõe, entre outras medidas, maximizar o auxílio à participação de estudantes da rede pública de ensino médio ao evento e na completa carboneutralização do projeto por meio do plantio de mudas de árvores nativas do Cerrado na exata proporção que compense toda a cadeia produtiva do evento – ambas metas já alcançadas ao princípio destas conferências.

Rui Barbosa declarava preciosamente, ainda no século XIX, que “tôda a civilização se encerra na liberdade e tôda a liberdade na segurança dos direitos individuais”.

Os debates das conferências da SiNUS 2010 tem como pedra angular a ideia de que a liberdade é o alicerce para a paz e para o desenvolvimento. Parte-se do princípio de que deve ser garantido a todo indivíduo o direito inalienável de escolher livremente seu destino, sendo este recompensado por seus feitos e responsabilizados por seus próprios erros e omissões.

Deixar as escolhas nas mãos de cada indivíduo é, antes de tudo, um ato de humildade.

É o reconhecimento da inexistência de superioridade valorativa universal – seja moral ou estética – que deva ser imposta aos indivíduos, deixando-se, portanto, a cada um a condução de sua própria vida com base nos critérios entendidos como mais importantes para si, ainda que suas escolhas sejam consideradas falhas por outros.

É a admissão de que o ser humano é muito mais complexo que as utopias políticas conseguem compreender; de que sua singularidade expressa-se na subjetividade, na dúvida, nas parcelas de silêncio e de incomunicabilidade que são próprias à vida afetiva, no desejo de solidão dos namorados e na criação artística e intelectual; e de que qualquer tentativa de engenharia social e coletivização do indivíduo pode somente derivar da presunção paternalista típica de ideologias totalitárias.

Um objetivo prático da SiNUS 2010 é apontar as lições históricas para melhor inserção da sociedade e do governo brasileiros no mundo das democracias de mercado e demonstrar que a melhor solução possível passa necessariamente pela disseminação da cultura da paz e liberdade. Sabemos que a promoção da liberdade implica na efetiva transformação da realidade vivida por cada indivíduo, em seu lócus específico; em seu dia-a-dia.

Trata-se, portanto, de uma transformação cultural; de uma profunda, mas lenta, transformação. Sua velocidade é necessariamente reduzida pois só se pode atingir qualquer mudança pela argumentação franca e pela tentativa de convencimento sem coerção. É somente pela livre adesão individual que a cultura da paz e liberdade pode prosperar.

A perspectiva da paz e liberdade inclui a firme escolha pela democracia de mercado; o fortalecimento do Estado de Direito; a garantia ao direito à divergência; o respeito aos direitos e liberdades fundamentais; a rejeição ao protecionismo; a não-violência; a não-intervenção na política internacional; a ampliação da responsabilização; a eficiência econômica; a promoção de externalidades positivas por meio da ampliação da educação de base; e, como consequencia de todo o processo, o desenvolvimento social. Segundo a cultura da paz e da liberdade, a solução para os problemas brasileiros está em seus cidadãos e nas escolhas que as pessoas fazem para suas próprias vidas. Não estão, portanto, em políticos, burocratas, corruptos ou caudilhos.

É nesse contexto que a SiNUS desponta como uma oportunidade singular para contribuir para a transformação das realidade brasileira num futuro próximo; não por meio da revolução abrupta e violenta, mas por meio do convencimento individual – pois uma sociedade onde prevalecem paz e liberdade é aquela em que o uso da força física é banido dos relacionamentos humanos.

Nossa geração – e digo nossa geração, pois a diferença de idade entre os organizadores e os participantes da SiNUS não é tão grande assim – tem a capacidade de fazer uma leitura da realidade distinta da geração que viveu sob o manto do estatismo-autoritário do regime militar.

Uma visão distante do nacionalismo exacerbado da direita e do radicalismo paternalista da esquerda.

Nossa missão é a de olharmos para o futuro e, mesmo reconhecendo o mérito de nossos pais e avós, buscar o aperfeiçoamento.

O grande filósofo inglês John Stuart Mill um dia disse que “a maioria dos homens eminentes de todas as gerações passadas tinha muitas opiniões que agora se sabem erradas, e aprovou várias coisas que hoje ninguém justificaria. [...] O homem, como ser moral ou político, [...] pode corrigir seus mal-feitos. Ele é capaz de retificar-se de seus erros, pelo debate e pela experiência. Não somente pela experiência. É necessário o debate”.

O debate – que é promovido na SiNUS! – é um caminho essencial para a missão do aperfeiçoamento e, portanto, para a construção de uma sociedade composta de indivíduos livres que são julgados e recompensados por seus méritos e talentos, não por sua religião, orientação sexual, gênero ou cor da pele.

Srs. Delegados,

Esse é o início de sua jornada.

Uma jornada individual e singular; mas que pode ter reflexos para todos os que o cercam e, potencialmente, para o conjunto da sociedade. O passo inicial para a construção de uma socidade livre e pacífica é reconhecer que todas as pessoas, dotadas de razão e consciência, nascem livres e iguais em dignidade e direitos.

O destino final desta jornada, contudo, somente vocês podem escolher.

Sob o espírito da liberdade e com a esperança de que essas conferências sejam um marco essencial da vida de todos vocês, declaro aberta a Nona Edição da Simulação das Nações Unidas para Secundaristas.


O site do evento: www.sinus.org.br


ABRAÇOS,

ANDRÉ.

[André Thatcher]




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