PRONUNCIAMENTO OFICIAL
DO CAMPEÃO MUNDIAL DO CURCUITO CULTURAL DO LÍRIO – 2010.
Senhor Presidente, nobres diretores de provas, senhora coordenadora-master de competições e público presente aqui na Cidade Maravilhosa, " Na vida, quem perde o telhado ganha as estrelas! " - boa tarde para todos: expresso que é com imensa satisfação que estou aqui para um terminal pronunciamento.
Foram doze anos de muitas alegrias, algumas tristezas e de tantos memoráveis embates nestas arenas culturais contra os melhores do país e do planeta.
Acredito que nada vem sem trabalho e também que não somos responsáveis unos por nossos sucessos e nem pela totalidade das derrotas.
Agradeço demais o trabalho desempenhado por Al, Mikkaella e pessoal administrativo do CIRCUITO CULTURAL DO LÍRIO DE MADRID .
Saliento o pioneirismo do bicampeão mundial Michael Guttemberg e também dos demais campeões ao longo dessas edições todas.
Meu finado pai sempre me disse que ascender a um posto é fácil e que as pedras estavam na tarefa da manutenção num posto. Pode ser clichê, mas é bem a verdade.
Com quase 34 anos, foi uma guerra esta competição que reuniu 21 deuses mundiais... Foi uma honra estar competindo em tão alto nível.
Tenho especial carinho por Mikka Hans (2000), Nicholas Vlalvish (2001) e Pandora Schippatti (2005/2010); meus adversários nas quatro finalíssimas.
Mede-se a importância de uma conquista pelo nível dos adversários. Essas pessoas não foram derrotadas e sim seres que exigiram tudo de mim em confrontos em que erros eram fatais para quaisquer dos lados e, felizmente, eu fui mais sortudo e concentrado.
Não são segredos pra ninguém os fatos que ocorreram em minha vida depois de minha aposentadoria em 2005. A tentativa da volta em 2007, a derrota vergonhosa que tive num amistoso contra minha prima Messina...
Os episódios envolvendo uma “moça do sul” (como aqui ficou conhecida) macularam muito a minha imagem e, rapidamente, muitos esqueceram o então tricampeão mundial e me viram como um “rei morto”.
Isso é perfeitamente compreensível da natureza humana e é sabido que as pessoas valem muito mais pelo que fazem ou têm nos dias de hoje. Não os culpo não. Por outro lado, não preciso honrar esses “humanos” e os seus aplausos não tocam mais meu coração. É a taça aqui que está sendo enaltecida por eles e não a pessoa de Marcelo Guido. E, honestamente, por mim tanto faz.
Por muitos anos, tentei conciliar ser Guido e Van Lyra. Talvez esse tenha sido meu erro. Títulos passam e feitos são esquecidos num estalar de dedos... O que conta mesmo é a essência da pessoa: aquilo que o coração levará consigo velhice afora.
Agora estou bem comigo e tenho convicção de que exorcizei todos os meus fantasmas. Todos!
Muitas pessoas foram vitais pra mim nesses doze anos de Circuito e seria até injusto tentar enumerá-las, pois poderia cometer a gafe de esquecimento. Portanto ficam minhas reais rendições a todos que direta e indiretamente foram peças primordiais em minhas mais de 90 conquistas neste circuito cultural.
Em cada consagração, porém, sempre tem a figura do “heroi/heroína da campanha”. Nada mais decente de minha parte que prestar uma homenagem diferenciada a minha melhor amiga, uma moça lá em Itapeva/MG que vive dizendo que é “burra, loira e etc.”: Tata, você acreditou em mim quando nem eu mais tinha fé. Esse momento não seria possível se não fosse seu incentivo, sua amizade, seus conselhos cheios de verdade (sem perder a doçura). Você não pode estar aqui, mas com você divido esta taça que julgo ser tão sua quanto minha. Adoro-te demais, muito mais do que eu poderia imaginar. Obrigado mesmo por tirar o negrume de meu coração e trazer o Marcelo Guido de volta à tona. Agora, posso descansar e ser feliz, sem medos excessivos.
Enfim, não quero me estender mais, porque todos sabem o quanto odeio discursos. Meu muito obrigado a todos, mais uma vez e que Deus abençoe todos.