GRANDES PERDAS. (Ana Zélia)
(Aos nobres colegas ADVOGADOS).
Quantos partiram em tão pouco tempo.
Dr. Simonetti, saudoso Presidente da OAB/AM.
Dois colegas praticaram o Suicídio.
Tiros na alma, desespero de quem fica...
Dia 28 de junho, mais um colega parte vítima de infarto fulminante,
Dr. Ferraz.
Advogados, Promotores, Procuradores, Juízes,
Defensores, Desembargadores...
Amanhã quem será?
É hora de pensarmos no porquê de tantas perdas frente a um mal
que não perdoa, não avisa, mas que pode ser tratado, evitado.
Advogados militantes, num desespero com causas conhecidas, tiram a vida,
com balas certeiras.
Perdemos dois em meses.
Perdemos o Procurador, saudoso amigo Dr. João Bosco Valente,
Do qual me orgulho ter sido aprovada no mesmo concurso para o MP.
Advogada sem exercer a militância diretamente, sinto na pele, a angústia
de ver um filho tentando sobreviver na advocacia.
O elevado número de faculdades formando bacharéis em Direito,
Tentando jogar no mercado combalido centenas de futuros advogados,
que precisam romper a “barreira do som”, ir aos píncaros e vencer,
quem sabe hoje o maior entrave a eles: A ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL.
Os que conseguem matar a “Fera” precisam diuturnamente, cortar-lhe a cabeça,
sobreviver, alimentando sonhos, esperanças...
Concursos que antes eram disputados pelos filhos nativos, hoje, levas e levas de
Aviões fretados chegam trazendo bacharéis de outros Estados, quiçá,
mais preparados, mudam o linguajar caboclo.
Pelo sotaque sabemos seu Estado, a maioria passa a amar esta cidade que os
recebe de braços abertos, mas que não consegue
enxugar as lágrimas de seus próprios filhos.
A hora é de reflexão.
Unidos no mesmo diapasão, Magistratura, Ministério Público, Defensoria,
Polícia Civil e Militar, OAB, advogados, bacharéis, Faculdades, a população,
Legisladores, a solução pode começar por pequenos, grandes atos:
Casos simples, briga de vizinhos, excesso de sons, ruídos, barulhos fora de hora,
seguem um ritual sem solução.
Polícia- BO- Audiências.
Casos que um delegado de ontem resolvia com
uma simples batida na mesa, com autoridade.
Hoje, segue para os Tribunais de Pequenas Causas,
que a população carinhosamente chama
de “Eternas Causas”.
Novo ritual: Conciliadores, um tempo perdido.
Sem solução, chegam depois de longas esperas aos juízes.
Horas perdidas, tempos passados, sem solução e os interessados seguem
deixando de lado, alguns mudam até de Estado.
Prejuízos morais, achatamento da Justiça, acúmulos de memórias,
nos computadores, sujeitos a sistemas que os tiram do ar,
cautela que devemos ter e não confiar.
Cada advogado deve ter seu arquivo pessoal, a tecnologia pode falhar...
Advogados passando fome, como eu passei, abandonando sonhos,
trocando de profissão, o mercado informal está repleto deles.
É hora de exigirmos dos legisladores, leis com rituais mais rápidos,
eficientes, desafogando a JUSTIÇA e a deixando célere.
Basta de Genocídio, Suicídios coletivos.
Manaus, 29 de junho de 2012.
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Nota da autora- O noticiário policial nas emissoras de rádio diariamente informam
Das mortes, dos suicídios de advogados, alguns por tiros, outros por Infarto.
A morte, como o “Vento da desgraça”, expressão de um radialista, sopra forte,
Audiências adiadas, clientes inconformados por falta de solução,
Advogados passando fome, mudando de profissão. E a OAB? Elegemos homens
que militam na advocacia e nem percebem a decadência de tantos.
Que Deus nos proteja.
Ação. JUSTIÇA!
Manaus, 05.07.2012 (Dra. Ana Zélia- OAB/AM nº 1055).
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