Palavras finais de uma palestra para 21 capitães e majores da Polícia Militar de vários Estados, proferida por mim, no Rio de Janeiro, na sede da PMRJ, em Set 2000
Azamba
O período de luta armada, nos anos 60 e 70, foi um tempo em que, em todo o mundo, se propalava que o capitalismo estava com os dias contados. Um tempo em que as revoluções eram consideradas iminentes. Um tempo de mudanças e contestações. Segundo as teses filosóficas então em moda, se propalava que "era proibido proibir".
Um tempo em que um punhado de jovens militares e civis, sem dinheiro, sem doutrina e sem equipamento, mas com disposição e vontade, no início por conta própria, decidiu combater e, ao final, erradicaram o terrorismo, os sequestros de diplomatas e de aviões e as guerrilhas rural e urbana.
A doutrina, o dinheiro, a organização e o equipamento viriam depois. No início foram substituídos pela imaginação, pelo despreendimento e pelo forte sentimento anticomunista. Os procedimentos iam sendo inventados na medida das necessidades, face
a rapidez com que o acontecimentos se sucediam. Recorde-se que somente a partir de janeiro de 1970, com a constituição dos Destacamentos de Operações e Informações, subordinados aos Centros de Operações de Defesa Interna (DOI/CODI), passou-se a atuar ordenadamente. Então MARIGHELA não mais existia, embora tenha deixado atrás de si um legado que ainda iria causar uma montanha de mortos.
Tudo isso aconteceu não sem perda de vidas, não sem sangue, suor e lágrimas e não sem que reputações fossem manchadas, carreiras abreviadas, e sem que erros e injustiças fossem cometidos.
Foi um tempo duro, difícil. Um tempo, entretanto, que orgulha aqueles que o viveram. Um tempo que jamais voltará.
[Carlos Ilich Santos Azambuja - Historiador]
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