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Discursos-->DIREITOS E ESQUERDOS -- 24/11/2000 - 06:40 (VOGELHEIM) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Numa conjuntura em que direito aponta sempre para um sentido de correto, e esquerdo é, no mínimo, sinistro, fica impossível produzir um arrazoado convincente sobre os problemas gravíssimos ocasionados para o cidadão comum em função da extinção da bipolaridade comunas versus capitalistas. Os "vencidos" se encastelam num canto escuro, acuados, fragilizados, bradando que o socialismo não morreu. Os "vencedores" cantam de galo, autoelogiam-se, e tratam de fazer valer s sua filosofia de vida e de morte. E os "espectadores", ainda meio atordoados e cegos pela poeira dos escombros, continuam sua sina de carneiros, em ambos os "lados" do finado muro, perguntando-se sobre o que interessaria a cor do gato, desde que este pegasse o rato. Quem ousar falar em "experiência socialista fracassada" certamente vai levar pedradas de todos os lados, escutando gritos que irão de "pelego" e "marciano", até "paleozóico". Ouve-se falar em "terceira via", globalização, mas o que salta aos olhos é o sempre crescente descaso do homem para com o destino do seu semelhante. Nesse contexto, a família torna-se instituição ultrapassada, de segunda categoria, manipulada ao sabor do anseios do consumismo que impera. O trabalhador vira um fantoche condenado a atuar num palco de abrangência mundial, chacoalhado entre a escravidão "branca" consentida e uma sentença de morte por inanição. E, entre uma verdade e outra, veiculadas por uma mídia tão poderosa quanto qualquer aparato de propaganda dos tradicionais governos de exceção, os rebanhos humanos vão vivendo suas vidas sem sentido, incapazes de se autodeterminarem verdadeiramente, abrigados em simulacros de nações, e divididos em convenientes tribos; divididos e governáveis. Mas, de que adianta ficar falando de coisas que soam como baboseiras, ou que vão apenas irritar aos "detentores da verdade", se a maioria das pessoas está padecendo da "síndrome do não-pensar". É como se discordar do pensamento estabelecido fosse um pecado mortal. Todos buscam soluções prontas, já formatadas num padrão "palatável", especialmente adequadas para aquecimento em microondas. Ridiculariza-se o indivíduo que tem por hábito questionar os fatos (ao menos antes de que se possa avaliá-los adequadamente), taxando-o de "rebelde profissional". O poder da palavra escrita e "televisada" se afigura como inquestionável. E, vamos nós, internetando por aqui e ali, entre um telejornal e outro, entre uma "verdade" contada conforme a versão que interessa a um grupo de poder e outra, como folhas ao vento. Precisamos resgatar a força do pensamento individual. Precisamos desesperadamente reaprender a construir um pensamento coletivo que não se paute em "dirigismos". Precisamos evitar a coletivização estupefaciente, e cultivar a solidariedade verdadeira. Precisamos difundir a idéia de que cultura não é "coisa de maricas" ou de desocupados. Precisamos conhecer o mundo, a verdade mais profunda e nua, para que possamos recuperar nossas próprias rédeas. Precisamos nos tornar donos dos nossos próprios destinos, rejeitando os cabrestos de ouro, e os passes de ilusionismo. Capitalismo? Comunismo? Monarquismo? Humanismo... despojado, não vinculado a filosofias de oligarquias ou poderes em ascenção. Usar ciência e tecnologia para melhorar a vida do homem (dentro de suas limitações), e não para aprisioná-lo em uma campânula de cristal. Somos capazes, hoje, de proporcionar uma vida mais do que digna a cada ser humano na face do planeta, mas somos incapazes de implementar isto, porque somos tão egoístas, tão tolos, que nos perdemos por meia dúzia de prepotentes, que encontram prazer doentio em se acharem melhores que seus iguais. Somos todos a mesma carne, a mesma paixão. Se não somos capazes de utilizar as maravilhas que produzimos para nos tornarmos melhores enquanto criaturas, de que vale este tão decantado cérebro? Não seremos melhores que os ditos irracionais. Se não conseguirmos superar "a lei da sobrevivência do mais apto", estaremos prisioneiros dessa própria lei que criamos, e que nos remete de volta ao tempo em que estávamos à mercê das feras. Estamos uns à mercê dos outros. Temos a vida um do outro, nas mãos. Se eu cuidar do meu semelhante da mesma forma que ele cuidar de mim, com seriedade, preocupação, e dedicação, e o meu semelhante fizer o mesmo por mim, será que não iria sobrar qualidade de vida no mundo? Esta parece uma formulinha cretina, de almanaque capivarol. Já foi pregada anteriormente, por um cidadão que foi trucidado por ficar pregando besteiras subversivas como esta. Mas, religiosimos à parte, será que não seria uma "quarta via"? Prezado ouvinte: se você já chegou até aqui na leitura deste "testamento", certamente está disposto a obter alguma coisa a mais de todas estas considerações. Não me arvoro de "dono da verdade". Somente ouso falar sobre o "infalável", arrisco ser acusado de "blefador" ou "idiota", e tento buscar algum eco. Num mundo tão pasteurizado que já está inssosso. Tão traumatizado, que não consegue olhar nos olhos. Por favor, me considerem, ou me detonem. Mas pensem sobre tudo isto. Pensem, e sejam felizes.
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