Usina de Letras

Há alguns setores da sociedade brasileira -- setores esses ligados à extrema direita e aos velhos militares que apoiaram e deram sustentação ao Regime Militar entre os anos de 64 e 83 -- que querem nos fazer acreditar, aliás como fizeram semanas antes do Golpe Militar de 1964, que o Governo Federal prepara uma série de medidas para depois da Copa do Mundo com a intenção de transformar o Brasil num país socialista. Eles usam como argumento, os discursos de integrantes do PT, os quais falam em aproximação com os movimentos sociais e necessidade de respostas aos protestos que varreram os grandes centros urbanos do país no último ano. Citam ainda a aproximação do Brasil com a Venezuela – aproximação que já vem de mais de uma década – e a parceria brasileira com o governo Cubano, a qual culminou com a inauguração pela presidenta Dilma de um porto naquele país – parceria essa que vem desde o governo FHC --. Com o aproximar das eleições, é natural que os setores que se opõem veemente àqueles que estão no poder tentem fazer de tudo para arrancá-lo dali. Isso faz parte da democracia. E não há dúvida que, diferentemente da Venezuela, Cuba e de centenas de outros países ao redor do mundo, o Brasil tem uma democracia sólida, apesar de suas deficiências. Aliás, tão sólida que permite sem constrangimento que os inimigos inventem os mais absurdos devaneios e os exponham publicamente sem censura. O Brasil não se tornará um país socialista ao estilo Cuba, como querem que a gente acredite, pelo simples fato de que este se trata de um sistema fracassado, onde a maioria dos países que o adotou no passado já se livrou dele faz tempos. Aliás, Cuba e Correia do Norte são os últimos bastiões comunistas do planeta. Cuba inclusive vem caminhando, mesmo que lentamente, em direção a uma economia de mercado. Não nos surpreenderá mais se em 5 ou 10 anos o país caribenho venha a se tornar uma nação capitalista ou algo parecido com isso. É bem possível que ainda no Governo de Barack Obahma o embargo econômico à Cuba seja suspenso, uma vez que uma aproximação entre os dois países está em curso. Mas quantos de nós temos conhecimentos e condições para tais avaliações? Uma minoria insignificante evidentemente. E é justamente com isso que esses setores reacionários contam. De forma que tentam implantar o medo na população menos desinformada e menos capaz de tirar as suas próprias conclusões. Embora não devemos esquecer que também o PT e seus aliados vez ou outra usam do mesmo expediente contra os opositores. Nessa história ninguém é santo. Mas querer nos fazer acreditar que Dilma, se eleita em novembro, vai implantar o socialismo no Brasil já é demais.