SAUDAÇÃO DO CH EME AOS NOVOS OFICIAIS-GENERAIS - (09/04/2014)
Perfeito sob todos os aspectos. Não existe frase solta no contexto, todas convergem para a ideia de um Exercito compromissado com as virtudes simbolizadas na “ réplica da Espada de Caxias ” que os novos generais passarão a portar como seus superiores e antecessores. A frase a seguir, extraída do texto, é emblemática e não suscita interpretações dúbias: “ Tem que haver entrega. Ou se entregam resultados ou se vai ficar falando sozinho. Ninguém inaugura mais promessas. Tenham, portanto, aguçado senso de legado. Nesse sentido, sejam protagonistas das causas e deixem que inaugurem as consequências. ”
Batalha
É importante atentar para os parágrafos em letras coloridas ..............
Presente à solenidade o min defesa.
Discurso de hoje pela manhã (+/- 11:00 h.)
SAUDAÇÃO DO CH EME AOS NOVOS OFICIAIS-GENERAIS
Sabe-se que a promoção a general é o reconhecimento maior a que pode aspirar um soldado vocacionado, corresponde ao ápice da trajetória castrense e é alcançada após longa jornada de dedicação e sacrifícios.
O ingresso e a ascensão a esse círculo se dão por escolha. É um processo difícil e sofrido de seleção para o Alto-Comando e de confiança para as autoridades que referendam esse ato. No caso, o Sr Ministro da Defesa e a Sra Presidenta da República.
Sabemos que, por limitação de vagas, muitos, igualmente capazes, ficam de fora ao final do processo. A estes, e a seus familiares, os agradecimentos do Exército por suas vidas de dedicação ao serviço.
Senhores Generais de Brigada recém-promovidos, parabéns!
O Exército os saúda, a cada um e a todos, pela vitória alcançada, e se alegra com os familiares e amigos nesse momento festivo.
Para os senhores, uma nova etapa se inicia. Vivam ainda mais intensamente o propósito, os princípios e os valores da Instituição.
Quando o homem avança, o que vai à sua frente é o seu passado. Mas o passado é uma carta de apresentação. O que se quer do novo Chefe é o novo que ele representa e pode produzir para atender as necessidades do presente, particularmente aquelas que constroem o futuro. Essa é a natureza primária da evolução.
Não tenham dúvida, a entrada dos senhores no círculo dos oficiais-generais vem marcada por esta expectativa. Fujam, portanto, da mesmice, da zona de conforto, das certezas empoeiradas.
O tempo é um algoz. O que se subordina a ele obedece à lei implacável da sucessão. Os que passam o bastão para os senhores, sabem que não fizeram tudo que podiam; mas sabem também que, nas condições existentes, hipotecaram o melhor de suas energias para deixar aos sucessores uma plataforma mais adequada – base para novos avanços – confiantes de que os que os sucederão farão mais e melhor. A melhoria contínua, a evolução e a própria transformação do Exército decorrem desse credo. E agora estão nas mãos dos senhores.
No contexto internacional, estamos em um ponto de inflexão importante. A tecnologia está reformulando a maneira como os conflitos ocorrem, permitindo-se estar em guerra sem qualquer declaração. O futuro dessa natureza de conflito está sendo moldado pelo emprego de aviões não tripulados, por robôs, pela guerra cibernética, pela capacidade extraordinária de vigilância – do campo de batalha e de indivíduos –, pela maior dependência de forças especiais em ações não convencionais, pela militarização do espaço e pelo avanço da biotecnologia. Nada disso deleta velhas ameaças. Mas são novos tempos, novos desafios, exigindo novas formas de defesa e nova gente, de cabeça arejada e imaginação criativa – exatamente como os senhores.
No contexto nacional, vislumbramos o emprego do Exército, como já está ocorrendo, em diferentes eventos no ano em curso e nos vindouros. Busquem a clareza em tudo. Poderão estar atuando na proteção de patrimônios ou em GLO, contra gente que tem estado fora do alcance da lei – e que tem conseguido ter voz no processo decisório por meio da violência. Busquem claras regras de engajamento e segurança jurídica antes de partirem para o cumprimento das missões.
O exercício da autoridade, particularmente para dissuadir intenções hostis, não combina com flacidez de normas nem com tolerâncias. Tolerância, nesses casos, não é uma virtude. No convívio diário, em situação de normalidade, até pode ser. No emprego de Força Armada, não o é. Tolerar é fazer vista grossa ao erro, é ser indulgente com a transgressão, é suportar magoado. Tolerar é aguardar que a indefinição e o tempo resolvam o problema. O tolerante não pratica a justiça, trata igualmente desiguais, afrouxa a disciplina, compromete a hierarquia, desagrega a coesão, inibe o espírito de corpo e amplia o risco.
Fortaleçam o trabalho interagências, busquem soluções compartilhadas, mas não as confundam com “jeitinho”. Deem o nome certo às coisas. Eufemismos não mudam a realidade dos fatos.
A era do discurso vazio acabou. Tem que haver entrega. Ou se entregam resultados ou se vai ficar falando sozinho. Ninguém inaugura mais promessas. Tenham, portanto, aguçado senso de legado.
Nesse sentido, sejam protagonistas das causas e deixem que inaugurem as consequências.
A coragem continua sendo o principal atributo do chefe militar. Tendo coragem, as outras virtudes serão potencializadas.
Os valores do nosso Exército precisam ser transmitidos por meio de ações cada vez mais tangíveis. Mostrem com o trabalho de suas mãos o que pregam com os lábios.
Liderança alinha hierarquia e disciplina e mantém a coesão da Força. Seu rosto é o exemplo.
É vital a prontidão. Mas ela é insuficiente sem a prevenção.
Há princípios de guerra que são milenares e que continuam cada dia mais atuais. Se perderem a iniciativa, por algum momento, busquem recuperá-la o mais rápido possível. Preservem o espaço de manobra. Não se tornem reféns das circunstâncias.
Para o Exército manter sua destinação constitucional, não basta “fazer um pouco mais do mesmo” – há que agir com maturidade estratégica, ou seja, entregar valores, ter representatividade e conquistar confiança e respeito nos corações e mentes da sociedade a que serve.
Volto a este momento presente para encerrar.
A síntese da caminhada de sacrifícios, superações e conquistas vê-se estampada no rosto emocionado de cada um dos senhores, neste momento em que estão perfilados à nossa frente, para receberem a réplica da espada de CAXIAS. Ao atenderem, daqui a pouco, ao primeiro toque de clarim de oficial-general, verão que seus corações nunca bateram tão forte e que nunca fizeram uma continência com tanta “atitude, gesto e duração”.
A vitória dos senhores, alegria e orgulho dos familiares e amigos, é também vitória, alegria e orgulho do nosso Exército Sob a proteção de Deus e reafirmando compromissos, sigam em frente, impulsionados pela energia da confiança que a Instituição acaba de lhes emprestar!
Foram estas as ideias que o Sr Comandante do Exército orientou-me a que lhes transmitisse.
Muito obrigado a todos que nos honram com suas presenças.
General de Exército Joaquim Silva e Luna
Chefe do Estado-Maior do Exército
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