. . . nascido no Chile como filho do meio de uma família, por parte do pai, fascinada pelo caráter supostamente "superior" do europeu imigrado e, parte da mãe, conduzida a mão de ferro por descendente de indígenas que acredita na via do sucesso mantendo sempre certo misticismo (algo protestante),
. . . sido subserviente aos modelos locais seja lá (Chile) como aqui (Brasil), e percebendo na carne a contradição de realidades,
. . . sofrido a decepção de ser sempre o pato feio entre os colegas sem saber conduzir minha sensibilidade de forma a me expôr como extrovertido que sou mas me resguardando como sensível a ponto de chorar convulsivamente,
. . . tentado explicar o fator humano pela via do mercado (e fracassado), da política (idem) e da filosofia (sujeito a sistemas idiossincráticos que só expressam mesmo o poder),
. . . me revoltado contra todo e qualquer modelo
1 desistindo de compartilhar mentalidade com a família original,
2 recusando as pretensas lições de todos os defensores do status quo e
3 me negando a criar novo modelo com o intuito de moldar as mentalidades de nossa futura família (filhos etc.), ao mesmo tempo em que labuto para criar algo "completo",
posso afirmar sofrer na pele, quem sabe como poucos, as contradições de classe e de mentalidade que nutrem as cisões resultantes do lugar em que vivemos.