---- Diz-me deveras, irmão céptico,
---- Que diacho de furo andas tu a descobrir?
---- Quiçá uma saída pelos intestinos?!
-------- Ainda Tens nos olhos caravelas
-------- E Tejos de lonjura sem ter foz
-------- Aos ventos da saudade corres nelas
-------- No mar que se descobre em todos nós
-------- O ventre da manhã já engravida
-------- Do filho que será de toda a gente
-------- Crescendo na terra prometida
-------- Ao sol dum novo continente
-------- Rompam-se marés e o nevoeiro
-------- Em quilhas que nos apontem o cais
-------- Do luso destino marinheiro
-------- Que segue para além cada vez mais
-------- Foi sempre nos confins duma viagem
-------- Que o poema da vida se escreveu
-------- Nas pedras que carregam a coragem
-------- De quem as arrastou e as venceu
-------- Quem fomos, quem somos nós
-------- No berço de amor-saudade
-------- Que nos embala a vontade
-------- De encher terras desertas?
-------- Nós somos cascas de noz
-------- No mar da realidade
-------- Descobrindo a liberdade...
-------- A maior das descobertas!
------------------ Torre da Guia -----------------