O artigo 'Socialismo de Juristas' publicado por F. Engels na revista Neue Zeit, ano 5º, 1887, nº 2
se nos mostra bastante atual quando pensamos no modo como os intelectuais pensam as lutas sociais.
E nos dá uma dimensão da névoa abissal e opaca que são as reflexões atuais sobre os caminhos possíveis ou as alternativas para as classes despossuídas enfrentarem a dominação capitalista. Em um de seus parágrafos o artigo diz que ' todas as representações jurídicas, políticas, filosóficas, religiosas, et, dos homens derivam, em última instância, de suas condições de vida econômica (...)'. E mais, aqui eu completo, a ordem econômica domina em todos os espaços os discursos, mesmo aqueles que se dizem levantar contra ela, e é uma ilusão querer conhecer a sua conformação jurídica, ideológica ou política para tentar vencê-la na instância política essa atual ordem capitalista. A instância política é o terreno onde certamente mais o poder econômico impõe a sua concepção de igualdade, ou seja, do poder do capital que busca mais que tudo a ganância.
Não há teoria hoje que sustente qualquer tipo de luta contra o capital. A luta na instância da política é um disfarce burguês, basta ver as conformações das câmaras municipais, estaduais e federal. Os partidos não representam nada. Os sindicatos são corporativistas. Os movimentos sociais se fragmentam em comunidades solidárias ou ONGs que também representam muito pouco diante do tamanho do gigasnte a enfrentar. A luta armada também não seria uma saída. Não existe um espírito de luta armada rondando nenhum discurso atual. A única certeza é que é urgente uma perspectiva, uma saída e é pela luta mesmo, apenas devemos descobrir o modelo,de qual armas devemos nos utilizar.
