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Ensaios-->Limpeza demográfica -- 08/02/2001 - 17:41 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Nos últimos anos, tornou-se comum o uso da expressão “limpeza étnica” para designar a perseguição contra muçulmanos promovida pelo então Presidente Milosevic, da Iugoslávia, especialmente contra os muçulmanos da Bósnia-Herzegovina e, mais recentemente, do Kosovo. Na verdade, não foi propriamente uma perseguição do tipo nazista contra um determinado povo, contra uma determinada etnia. Milosevic, após a guerra fria, pretendia manter unida toda a antiga Iugoslávia, composta por seis nações e duas províncias, federação reunida e mantida a mão de ferro pelo regime comunista do Marechal Tito, que se manteve independente de Moscou com seu peculiar sistema de “co-gestão” instituído nas unidades produtoras do país. Quando a União Soviética se desintegrou, acarretando inicialmente a independência dos países bálticos, em seguida a da Ucrânia e de outros estados da antiga União, alguns Estados federados da Iugoslávia seguiram a mesma tendência desse efeito dominó, começando pela Eslovênia, depois a Croácia, e prosseguindo com a Bósnia-Herzegovina e, mais recentemente, a província do Kosovo. Como na Bósnia e no Kosovo as populações são de maioria muçulmana, e como a Iugoslávia empreendeu campanhas contra estes países, perseguindo e matando a população que lutava pela independência, como ocorre em qualquer guerra desse tipo, começou-se a falar em “limpeza étnica”. Seria então também uma “limpeza étnica”, se o Governo brasileiro empreendesse, por exemplo, uma campanha militar contra um hipotético Rio Grande do Sul revolucionário, que lutasse pela sua independência, somente pelo fato de a maior parte de sua população ser de origem italiana e alemã?

Mas, apesar de não ficar claro se houve realmente uma “limpeza étnica” na antiga Iugoslávia, é fora de questão que essa “limpeza étnica” foi precedida por uma “limpeza demográfica”, que vem sendo promovida pelos muçulmanos há longo tempo na Bósnia e no Kosovo. Essa denominação – “limpeza demográfica” – já havia sido denunciada por Milosevic quando passou a ser acusado de genocida. Milosevic não se manteve no poder porque não conseguiu manter unida e coesa a antiga federação Iugoslava. Estrategicamente, Milosevic foi um derrotado, conseguiu algum apoio da população e um fôlego extra por ocasião do criminoso ataque da OTAN contra a Iugoslávia na questão do Kosovo, que destruiu toda a infra-estrutura do país, sendo necessários dezenas de bilhões de dólares e muito sacrifício do povo para o país voltar ao nível de desenvolvimento anterior ao ataque. Milosevic somente caiu em desgraça por não poder sequer manter sob seu controle a província do Kosovo, berço da nacionalidade sérvia, local em que os turcos otomanos no século XV, após a Batalha do Kosovo, promoveram sistemático genocídio, matando os nobres e escravizando sua população, incorporando à força os jovens sérvios às hostes militares otomanas.

Como se sabe, os povos islâmicos têm uma alta taxa de natalidade. Não é preciso ser demógrafo nem estatístico para fazer algumas projeções simples de como irá se desenvolver a população em determinada área de um país, se houver uma grande concentração de islâmicos em tal região. O afluxo de islâmicos no sul da França, a médio ou longo prazo, poderá ser um vetor de desestabilização na região, pois a taxa de natalidade européia é infinitamente menor que a islâmica, por vezes com crescimento zero, quando não negativo – como ocorre hoje na Itália e na Alemanha. A taxa de natalidade islâmica, ao contrário, é infinitamente maior, com uma média de 7 filhos por mulher, às vezes mais de 10. Faz parte da tradição islâmica ter muitos filhos, a principal função da mulher muçulmana é gerar filhos e mais filhos, preferencialmente meninos. Essa a razão de Milosevic não ter conseguido manter a Bósnia e o Kosovo sob seu governo central. A população islâmica cresceu de tal forma que parece ser irreversível o destino dos kosovares: a formação de um país independente ou anexação à Albânia, outro país com população preponderantemente islâmica. Ou seja, o que ocorreu na Bósnia e no Kosovo foi uma autêntica “limpeza demográfica”.

A “limpeza demográfica” também se verifica na Palestina, hoje composta pelo Estado de Israel e seus territórios ocupados (Cisjordânia e Faixa de Gaza). Se juntarmos o Estado de Israel e o provável futuro Estado da Palestina, a área comporta, hoje, em 2001, em torno de 55% de população judaica e 45% de árabes. Embora as taxas de natalidade de judeus ortodoxos e de árabes tenham valor muito próximo entre si, a recente migração a Israel e aos territórios ocupados de um grande número de não-judeus pode acarretar uma sensível mudança demográfica na área. Uma projeção feita por dois demógrafos, um francês e outro israelense, e publicada no Instituto Nacional Demográfico, de Paris, calcula que daqui a 50 anos a população judaica seria de apenas 30% na região, com a desestabilização geopolítica de uma das mais sensíveis áreas do Oriente Médio. Isso sem contar o exército de refugiados palestinos, que se abrigam em países vizinhos, e que poderiam voltar em peso ao Estado Palestino e, quem sabe, ao próprio Estado de Israel, de onde foram expulsos principalmente nas guerras de 1948 e 1967. De acordo com dados do início de 2001, o Líbano abriga 376.472 refugiados, a Síria 383.199, a Jordânia 1.570.192, a Cisjordânia 583.009 e a Faixa de Gaza 824.622. Com a volta dessa legião de muçulmanos, inverter-se-ia imediatamente a relação árabe-judeu, não seriam necessários esperar algumas décadas para inviabilizar o próprio Estado de Israel, criado pelo movimento sionista mundial e alicerçado especialmente em cima do caráter específico dessa nova nação: a religião judaica.

Com a manutenção ou não dos territórios ocupados, a nação judaica em Israel passou a ter já há algum tempo uma preocupação que vai além dos mísseis katyusha lançados pelo Hisbullah a partir do sul do Líbano, ou dos atentados terroristas que o Hamás provoca em seu território, ou ainda das ameaças de Saddam Hussein ou do Irã dos aiatolás. A preocupação de Israel agora passa a ser com cada palestina grávida, com cada enfermaria de recém-nascidos palestinos. A espada de Dâmocles que paira agora sobre o Estado de Israel são os bebês palestinos.








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