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Ensaios-->Diplomacia de cruzeiro -- 09/07/2001 - 12:00 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O Brasil é um dos poucos países latino-americanos que não admitem bases americanas em seu território. Com o alicate americano apertando a Colômbia, com a desculpa de um propalado programa de combate ao narcotráfico, até quando nosso país poderá evitar a ingerência de Tio Sam em nossos assuntos internos?

Motivos para intervenções no Brasil podem ser fabricados a qualquer momento: destruição da floresta Amazônica, questão indígena, narcotráfico e tráfico de armas. A atual política da 'diplomacia de cruzeiro' dos EUA pode muito bem ser aplicada ao Brasil. Surtiu efeito na Guerra do Golfo, assim como na questão do Kosovo. Por que não surtiria efeito no Brasil?

Na Guerra do Golfo, em 1991, os EUA e uma coalizão militar, para libertar o Kuwait, bombardearam todo o Iraque, destruindo toda a infra-estrutura do país. Depois disso, foi um 'passeio' a ação do exército em terra. O mesmo ocorreu na Iugoslávia, que teve o país totalmente destruído, em 1999, devido aos ataques criminosos da OTAN, com saldo de 5.000 mortos civis. Por que - deve-se perguntar - somente Milosevic está sendo julgado no Tribuanal de Haia? Por que os abutres da OTAN também não foram presos?

A 'diplomacia de cruzeiro' (cruise missile diplomacy) é mais nova política americana de 'dobrar os joelhos' de quem quer que seja. O lançamento maciço de mísseis de cruzeiro, os temíveis 'tomahawks', juntamente com ataques de aeronaves 'invisíveis', permitem que os americanos tenham uma 'guerra limpa', pois quase não há baixas em suas forças militares. Depois de arrasar o inimigo, as tropas terrestres não têm a fazer senão um piquenique sobre a terra arrasada. Não retornando aos EUA os famigerados sacos pretos com soldados mortos, como ocorria na Guerra do Vietnã, a opinião pública americana não se importa com essa 'gamewar' operada à distância, ficando os falcões americanos totalmente à vontade para realizar os mais diversos ataques.

Se o Iraque e a Iugoslávia retrocederam 100 anos em seu avanço sócio-econômico, devido aos criminosos bombardeios americanos, o que aconteceria ao Brasil se 'tomahawks' fossem lançados em São José dos Campos, em nossas refinarias, no ABCD paulista, enfim, em toda a infra-estrutura brasileira?

Quem viver, verá.


Abaixo, artigo do jornal Zero Hora, que deveria preocupar a todos os brasileiros.

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'EUA revelam plano militar para a América do Sul

Site do Southcom na Internet descreve estratégias na região

HUMBERTO TREZZI E RODRIGO LOPES

Desembarque: avião da força aérea americana sobrevoa cidade colombiana de Letícia, onde se localiza uma das bases dos EUA (foto Júlio Cordeiro, Banco de Dados/ZH – 05/95).

Os Estados Unidos decidiram tornar pública, pela primeira vez, parte da estratégia de atuação de suas forças militares na América Latina.

Desde o dia 22 de junho, o Comando Sul (Southcom), área responsável pelas operações militares americanas em território latino-americano, mantém em seu site na Internet (www.southcom.mil/PA/idxmedia.htm) detalhes das atividades desenvolvidas pelas forças armadas dos EUA na região. Disposta em 19 slides com mapas e tabelas, a doutrina do Southcom confirma o que Zero Hora revelara na edição de 25 de março deste ano: a pretexto de combater o narcotráfico, os EUA espalharam sua presença militar por boa parte da América do Sul.

Um dos cinco comandos militares dos EUA no planeta, o Southcom abrange 32 países situados ao sul do México. Os 980 funcionários do quartel-general do comando, em Miami, trabalham em colaboração com agentes do Departamento de Estado, da Drug Enforcement Agency (DEA, agência antidrogas), da guarda costeira e de outras agências de segurança americanas. O Southcom consome aproximadamente 1% do total da verba federal destinada ao combate às drogas, o equivalente a cerca de US$ 170 milhões em 2000.

Duas curiosidades vão mexer com o nacionalismo dos latino-americanos: Miami é descrita no site como 'capital da América Latina', uma frase atribuída a um almirante argentino. E, em um dos slides, o mapa dos EUA está sobreposto ao da América do Sul, exatamente em cima do Brasil. A intenção, de estética e eficácia duvidosas, é comparar as respectivas áreas.

O site do Southcom menciona a existência de cinco bases americanas nas Américas Central e do Sul: Hato (Curaçao) e Rainha Beatrix (Aruba) – ilhas holandesas no Caribe –, Soto Cano (Honduras), Comalapa (El Salvador) e Manta (Equador). A página não aborda outras 17 bases de radar com pistas aéreas existentes na América do Sul e reveladas por ZH na edição de 25 de março – algumas bastante conhecidas, como Letícia e Maranduá (Colômbia). Mas faz alusão genérica a '26 organizações de assistência e segurança com atividades de inteligência eletrônica', o que pode ser um eufemismo para radar.

A apresentação coincide com a realização, por parte das forças armadas dos EUA, do Quadrennial Defense Review – uma espécie de revisão realizada a cada quatro anos, equivalente a um plano estratégico.

– Acredito que o site entrou no ar neste momento com o objetivo de justificar ao Congresso americano a importância das atividades militares, sua estrutura e as dificuldades de ação no território latino-americano – analisa o gaúcho Nelson Düring, especialista em assuntos militares e editor do boletim eletrônico Defesanet.com.br.

O site do Southcom é tão detalhado que apresenta os oficiais que integram serviços de inteligência e pequenas biografias dos homens em comando, como o general Peter Pace, um veterano do Vietnã que tem supervisionado as operações antinarcotráfico na Colômbia. Conforme a página, Pace 'é o principal agente do Departamento de Defesa para desenvolver, coordenar e executar uma estratégia militar de apoio aos interesses da segurança nacional americana na região'.

A abrangência do Southcom pulou de 19 para 32 países em quatro anos. A área de influência passou de 17,8 milhões de quilômetros quadrados em janeiro de 1996 para 31,3 milhões de quilômetros quadrados em janeiro de 1997 e 40,4 milhões de quilômetros quadrados (áreas terrestre e marítima) em outubro de 2000. Críticos da estratégia militar americana não escondem a impressão de que o reforço do Southcom guarda semelhanças com a expansão dos EUA no Sudeste Asiático nos anos 60.

Fundador e pesquisador do Núcleo de Estudos Estratégicos da Universidade de Campinas, o coronel da reserva do Exército brasileiro Geraldo Lesbat Cavagnari Filho considera que o combate ao narcotráfico, nos moldes do Plano Colômbia, visa não à redução do consumo de drogas nos EUA, mas a retirar o oxigênio das guerrilhas e dos paramilitares colombianos.

– O objetivo principal do Plano Colômbia é o aniquilamento dessas forças irregulares, é a desqualificação delas como alternativa de poder no processo político colombiano. E o Southcom está inserido nesse contexto.

Na opinião de Cavagnari, o Brasil é único país que faz contraponto aos Estados Unidos no aspecto bélico do combate ao narcotráfico.

– Não só é o único país que se recusa a empregar suas Forças Armadas em tal combate, como é a única nação latino-americana que proíbe a presença militar americana em seu território. Mas é uma oposição que não ultrapassa o nível diplomático – conclui Cavagnari.

A embaixada dos Estados Unidos em Brasília não comentou o site. O adido de imprensa Terry Davidson promete para breve uma posição oficial sobre o Southcom.'

(Zero Hora, 8/7/01)
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