Ensaios
Desabafo ...1... -- 06/12/2001 - 19:03 (ROSANGELA L. RODRIGUES)
Desejei com a minha alma que pelo menos uma vez, o Criador olhasse em meus olhos e visse a dor que eu sinto em minha solidào.
Solidão, sentimento triste, que não vem sozinho, e sim acompanhado de mihares de pessoas que dia a dia passam por nossas vidas, nos trazendo depois de tempos, o fel da certeza que nao preencheram o nosso vazio.
Nada, nem suas idéias e nem seus gestos, nem as fingidas palavras, nem seus ares afetados de sabidos na 'arte da vida', preenchem a necessidade de nao nos sentirmos sozinhos.
E de tão sozinhos, transformamos simplesmente comodos pequenos, como os quartos, em nossos mundos.
O limite de tudo fica sendo aquela porta, sempre mantida fechada; e a cama se torna a amiga para os desabafos em muitas lágrimas, e quando se se espera o carinho, lá esta a TV, a nos consolar, com suas fúteis palavras; aliás nas imagens mal definidas vemos os rostos das pessoas queridas transportadas para a tela fria.
Quem, na solidao, nao respondeu ao 'boa noite' e até ao 'bom-dia' do apresentador de baratas emoções... A linguagem que todos usam é a futilidade, e como não nos sentimos dentro dos padrões por ela pré estabelecidos, vamos ficando por aqui mesmo, em frente a tela.
O rádio também é amigo, mas uma amigo que fala muitas verdades sobre a solidão, e por natureza, não gostamos de ouvir o que já sabemos, então, com ele contamos apenas para sonharmos sermos outros individuos em nossa imaginaçao ao som da música.
É pena, mas já cai a noite, foi muito dificil mais este dia, ouvindo o eco da minha propria voz...quem sabe amanha, tomarei coragem, pra abrir a porta, primeiro a porta do quarto, depois a porta da vida, e mandar embora, o que a nos consome a alma...o estado de letargia.
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