Hoje estou no pesadelo, sinto o peso da vida,
Encolho-me, sangro feridas,
Choro o medo.
Queria meu sorriso doce,
Minha face de frente,
Minha sorte aparente,
E meus olhos de ver o belo.
Queria minha criança de volta,
O meu rio encantado,
E viver no meu castelo.
Queria ser apenas o vento,
Ou um pássaro planando,
Sentindo a liberdade
De viver voando.
Hoje estou no olho do tornado,
Sem defesa,
Sem clareza,
Desajustado.
Giro velozmente mudo o rumo,
Troco de lado.
A cabeça gira no sentido contrário,
Sinto a estranheza do mundo,
A indiferença das pessoas,
Seus julgamentos,
Suas sentenças,
Sinto-me culpado.
Quero beber a água limpa do riacho,
Matar a minha sede de afeição,
Achar o caminho das pedras,
Viajar no pensamento,
Ser um pingo na multidão.
Hoje sou um excluído,
Dos sonhos e da minha história fantástica,
A dura realidade me esmaga, me tortura,
Não sou real, nem sonho,
Sou apenas o produto
Da esmagadora máquina.