No papel canson branco
Inocente e imaculado
Meus sentimentos de guache
Mistura-se na saudade.
Jogo um vermelho desbotado
Misturo com certa raiva
Grossas camadas sutis
Num preto desesperado.
Um amarelo claro carinho
Com o pincel abro o caminho
Risco as cores abro feridas
Coração verde em frangalho.
Nas bordas passo o azul
De uma bondade latente
De leve vou clareando
Fica um azul diferente.
Num Claro de felicidade
Um marrom aviva a vida
Tendendo para o amarelo
Enfronhado no vermelho.
Junto com um cinza singelo
Vem o amor cor de rosa
E sonolentas furta cores
O lilás cheio de prosa
Em espirais, traidores.
O vermelho no branco sangra
No azul, o amarelo odeia
O Preto se acinzentando chora
A cor de carne incendeia.
Todas cores se entrelaçando
Entrelaçam-se os sentimentos
Na metafísica das cores
Colorindo o meu momento.
Poema inspirado na brilhante idéia do meu amigo Domingos, sobre o quadro texto.