Ela espiava a rua.
Divisava ao longe um vulto que sempre no mesmo horário por ali passava.
Um amor platônico!
Guardado, proibido.
Mas amor, como são os amores escondidos.
Ele passava sem a ver.
O rosto atrás da vidraça o aguardava.
Olhava-o de longe.
Mas com a aproximação se retirava.
Coração acelerado o aguardava e depois chorava.
Um ano assim se passou.
O moço nem percebeu aquele rosto escondido nas sombras.
E ela nunca frente-a-frente com ele ficou.
Um ano passado, amor não revelado.
O moço nem a notou.
Ela amargou.
O moço com outra se casou.