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Ensaios-->A COMÉDIA DA FACULDADE PRIVADA. -- 31/07/2002 - 17:15 (Hilan Francis Diener) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Se Sócrates levantasse dos mortos daria um tiro na testa por ver uma das suas invenções totalmente desvirtuada do seu conceito inicial. Estou me referindo as faculdades, principalmente as privadas, não se esquecendo do sucateamento que as universidades públicas enfrentam, mas muito já foi dito sobre isso.
As instituições privadas sofrem de um Imediatismo pragmatista. Isso gera a idolatria da eficiência, onde estão somente preocupados com os resultados, que muitas vezes se confundem com nossas contas bancarias. Marilena Chauí atribui esse pensamento ao mito da eficiência, quando se é capaz de tudo para se chegar lá e muitas vezes esse “lá” nos é apresentado como o sucesso no mercado de trabalho, desvalorizando ou “decepando” o profissional cidadão em conflito com o profissional técnico. Jogando pelo buraco a formação humana.
Há a tendência aos alunos apenas repetirem o que tecnicamente dá certo, como receitas de bolo, onde a padronização do pensamento é valorizada. O aluno pensa como a instituição espera dele, se tornando apenas mais uma ferramenta do “Deus Mercado”. Esse (aluno) repetirá exatamente o que o mercado precisa, tornando as bases iguais, não há mudança. Provocar a curiosidade, instigar o pensamento crítico, repensar as formulas e modelos, mesmo sendo eles de prática ou de teoria, NEM PENSAR! O mercado não dá esse espaço, gasta-se muito tempo... E hoje em dia não vemos nem mais o tempo passar, nem pensamos mais, estamos procurando o texto de mais fácil entendimento onde quanto menor o for melhor. Assim como a TV, sentamos na sua frente para descansarmos da vida, afinal já foi provado que a atividade cerebral em frente à TV é bem menor em oposição à leitura de um livro.
A faculdade reflete um pouco disso, procuramos os resumos dos livros onde deveríamos ter os lido inteiros, lemos as sinopses dos filmes ou peças, onde pelo menos não estaríamos tão desinformados, porém a informação fica pela metade, vivemos a época do fastfood cultural.
A culpa não é só da instituição, mas também dos alunos que vestem a camisa de clientes e como todo bom cliente espera que o serviço ofereça satisfação total, o bem estar do cliente deve estar acima de tudo, até mesmo que isso signifique que ele tenha o poder de pedir para estudar um pouco menos, afinal tem mais o que fazer (na prática) e garantir o dinheiro de cada dia. Ao meu ver os alunos são enganados, achando que são clientes e no fim são meros produtos.
Mas nem tudo está perdido, na maioria das faculdades particulares há professores que reconhecem e lutam contra essa instrumentalização do saber, porém estes raramente assumem as coordenações ou reitorias, pois muitas vezes batem de frente com os donos da escola, e geralmente são mandados embora, quase sempre pelos donos ou por grande maioria de alunos que, estão ali apenas para pegarem seu canudo e nada mais, não lhe interessam o saber e sim o que devem reproduzir quando estiverem numa situação prática do seu futuro oficio.
Então ocorre que os professores que restam, perdem sua autonomia e acabam adotando um ensino que valorizam a “pratica” em oposição ao ensino reflexivo, comumente chamado de “teoria”, ou viagem... Quando se pensa demais, estamos viajando, é familiar essa expressão? Uma coisa é obvia, se a teoria está errada, nós como estudantes e professores estamos aí para muda-la, e não torna-la imutável e achar que a salvação da humanidade está somente na prática, mas sim no eterno repensamento das duas vertentes.
Vale a pena lembrar que a maioria dos grandes pensadores do nosso século como Euclides, Arquimedes e Aristóteles descobriram coisas e mais coisas e não pensavam no mercado, mesmo porque o mesmo não existia, mas foi graças as suas discussões sobre coisas ditas hoje “teóricas” que temos ao nosso alcance o avião, o foguete, o gramofone, o trem a vapor e entre outras coisas.
É fácil perceber esse fenômeno onde as instituições são “tratadas” como grandes corporações, olhando ao redor vemos uma proliferação exagerada de faculdades, quase que cadeias de supermercados ou lanchonetes, gerando assim um mau ensino, com salas abarrotadas de alunos e professores sem ao menos doutorado e mestrado.
Mesmo assim há alunos e professores que resistem e possuem consciência de membros ativos de uma sociedade preocupados em ajudar e serem ferramentas em busca de em todos os âmbitos, seja ele profissional, acadêmico ou ético, de um ensino melhor, com pensamento independente e corajoso. Qualquer semelhança não é mera coincidência.
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