Em 1989 o muro de Berlim veio ao chão, eu, em minha parca idade, olhava o evento com bons olhos, até mesmo porque o Pedro Bial, disse “Nunca esse povo viu tamanha liberdade”, havia em mim um misto de esperança e felicidade. Acreditava que a partir daquele fato histórico, o mundo seria melhor. Na verdade esses sentimentos de otimismo eram bem menores comparados a minha ignorância.
A ignorância de certa forma privou–me de um medo alucinante que poderia tomar-me conta se soubesse como seria o mundo após a queda do murro.
As relações de poder deixaram de ser bipolares, ganhando aspecto unipolar. E o capitalismo começou a ser visto como processo civilizatório do oriente a demais países. O pseudo inimigo (URSS) foi vencido e a humanidade se preparava para o que Ronald Reagan chamou em seu discurso de “A nova ordem mundial” Indo mais adiante na história, a nova ordem é uma realidade responsável por esta vida que nós levamos hoje, ahhh... e a pós modernidade também, cintando eu mesmo. E, nesse sentido, a globalização é uma dos seus filhotes.
A nossa política neoliberal e globalizatória em que vivemos iniciou-se quando o USA assumiram o controle do mundo, instituindo a quebra das fronteiras (só as nossas, é claro!) e a entrada de empresas estrangeiras que se apropriam das empresas e patrimônios estatais.
No final das contas a nova ordem, assim como todos os sistemas políticos adotados pela sociedade, faliu. Os ricos continuam cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres. A situação ambiental piorou e piora a cada santo dia, o sistema vigente oprime países “sugando” suas matérias primas e impondo suas normas a serem estreitamente seguidas, é o caso do FMI atuante aqui no Brasil. Os Estados Unidos nos privou de experiências alternativas de sociedade, como se “ O ocidente fosse o clímax da humanidade” e sabemos que não é, já disse Otávio Iani, “Todos nós somos plurais”. Essas experiências sociais alternativas poderiam ter dado certo, mas por serem diferentes ou irem contra o pensamento imperialista foram execrados da história, é o caso do Chile, Guatemala e Cuba, oprimida por um bloqueio econômico cruel.
A muito tempo os reflexos já eram notados por estudiosos e historiadores, porém o grande marco ou resultado dessa política foi o ocorrido em 11de setembro, que até hoje não se sabe direito quem realmente o fez. Digamos que fosse o Afeganistão o responsável, eles são os oprimidos e esquecidos pelo sistema, um dos países mais pobres do mundo, usou do mecanismo terror para chamar a atenção para si, e não só por isso, é claro. Muitas coisas ainda não foram resolvidas e entendidas sobre o ataque as torres, mas uma coisa é certa, os direitos humanos foram esquecidos pela ONU diante os ataques constantes, ao país árabe, deferidos pelo cowboy texano. Só agora, seis meses depois, os países do primeiro mundo levantam a hipótese que todo esse caos, tenha alguma coisa a ver com a pobreza que esses países, inclusive o nosso, enfrenta.
A descrença nos governantes, a revolta dos oprimidos, fome, AIDS, Terrorismo, Guerra biológica, desemprego, violência, prostituição, banalização das relações, consumismo irresponsável, poluição, valorização máxima do vinculo moeda. Todos esse fatores e mais alguns não citados, faz-me olhar para trás e querer ser de novo ignorante, acreditando que as coisas poderiam ser melhores.
OBS: O Pedro Bial era tão ignorante quanto eu na época, talvez hoje seja mais