OUVIR E ENTENDER MÚSICA – PARTE VINTE E DOIS
(FORMA FUGATA – Fuga, propriamente dita)
por Coelho De Moraes, baseado na obra de Aaron Copland
Temos: a) fuga propriamente dita; b) concerto grosso; c) prelúdio coral; d) motetos e madrigais.
A maioria das fugas são escritas a três ou quatro vozes. Há sempre uma que predomina. Essa será o Tema ou Sujeito da Fuga.
Esse Sujeito da Fuga é apresentado no começo da música - sem acompanhamento - para se esclarecer que é. Em geral, são temas curtos. Exemplo os 48 temas de fuga usados por Bach no seu Cravo Bem Temperado.
A fuga começa com a EXPOSIÇÃO do tema ou sujeito em uma das vozes e em seguida é repetido nas outras vozes, como um eco. No entanto a voz que entrou antes não para. Durante o eco da próxima entrada ela continua cantando uma melodia diferente que chamaremos CONTRA-SUJEITO. Todas as vozes que forem entrando obedecem à mesma regra. Depois disso passa a ser uma voz livre.
Às vezes, quando se escolhe que há mudança de tom nas entradas das outras vozes, podemos usar uns COMPASSOS DE TRANSIÇÃO. E aí se fará a modulação ou mudança de tom, em pouquíssimos compassos.
Considera-se encerrada a EXPOSIÇÃO, quando cada uma das vozes já acabou de cantar o tema ou sujeito.
Algumas fugas têm uma re-exposição com alteração da ordem de entrada das vozes.
O plano geral ficou assim: Exposição – (re-exposição) – episódio I – sujeito – episódio II – sujeito.. e por aí vai.... stretto e cadência. Stretto e cadência são termos que veremos mais adiante.
Cada episódio é uma história musical que está sendo contada e o sujeito,m quando reaparece, vem meio alterado, com variações. O episódio tem relação com algum fragmento do sujeito ou tema ou ainda do contra-sujeito. A função do episódio é distrair a atenção do tema. O episódio tem o caráter de uma ponte. A cada nova aparição do sujeito temos de lembrar do uso daqueles artifícios do contraponto.
O stretto, na fuga, é opcional. Aparece logo antes da cadência final. Indica uma espécie de imitação em que todas as partes aparecem umas sobre as outras, como que superpondo-se numa embrulhada final, como se quisessem passar ao mesmo tempo pela mesma porta. Mas, sempre se reafirma o sujeito ou tema e se restabelece a tonalidade que é a tônica.
Por necessitar de atenção concentrada a fuga deve ser curta. O escopo emocional da fuga está ligado ao tipo de tema esocolhido.