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Ensaios-->O Menino e o Espelho -- 17/06/2003 - 12:18 (ANGEL DRAVEN) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Os Sonhos d´um Menino do Espelho

Era um menino de aproximadamente dez anos, que levava uma vida normal e com a situação financeira familiar regular, que nem sempre tinha aquilo que desejava – e por isso – sentia que outras crianças eram mais bem sucedidas que ele, e assim, começou a imaginar coisas diferentes do seu modo de vida e de seus pais.
Um dia então, começou a perguntar a si próprio:
“Por que será que estou aqui?”
“Por que será que vim ao mundo?”
“Por que será que eu tive de nascer?”
“E como foi a minha geração e gestação? Será que foi espontaneamente? Ou será que foi amorosamente?”
“Será que foi desejada?”
“Será que foi numa cama de Motel? Ou será que foi no banco de um carro?”
“Será que foi numa noite sem luar? Ou será que foi numa viagem de Lua-de-Mel?”
Após todos esses pensamentos e outros mais, ele continuava se olhando no espelho que estava a sua frente e deduzindo mil respostas, dizia para si mesmo:
“Será que as pessoas me acham bonito?”
“Será que sou simpático?”
“Será que sou alegre para com todos?”
“Será que sou... antipático?!?”
“Que será que pensam de mim?”
“[ ... ]”
Como este menino, existem muitos mais que podem pensar a mesma coisa, e que podem até se desesperar por não ter a mesma sorte de vida que outros têm.
Mas que importa tudo isso?
Se Deus quis fazer um mundo tão diferente para que ninguém fosse igual – até colocou em cada mão do homem “cinco dedos e nenhum é igual”...
Como eu poderia me considerar igual a qualquer outro? Eu sou aquilo que Deus quis que eu fosse e não o que gostaria de ser.
Alguns são mais altos, outros mais baixos, outros médios e outros deficientes; outros são muito inteligentes, outros nunca conseguiram aprender a ler e escrever.
E assim o mundo é completo de tudo e não se deve exigir o que não está ao nosso alcance; mas na vontade de Deus.
Então eu digo: eu quero ser feliz porque eu existo, porque eu vivo, porque eu amo a minha família.

Ensaio escrito em 2002 pelo pai do autor, um senhor portugues de 70 anos.
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