Nascido em Vitória, Espírito Santo, no dia 27 de março de 1938, Humberto Del Maestro, poeta, teatrólogo, ator, bancário aposentado, intelectual, pensador, produtor cultural, cronista, ensaísta, contista, trovador, crítico literário, é autor de inúmeros livros, entre os quais, “Poesias modernas,” “O tesouro,” “O sonho dos séculos,” “Poesias,” “Contos impossíveis ...?” “Aloendros,” “Sonhos e Canções e Breves,” “Trovas, Haicais e outros poemas,” “Dísticos” e tantos outros já publicados, além de participar de algumas dezenas de antologias espalhadas pelo Brasil.
A poesia de Humberto Del Maestro é de uma sensibilidade nata, inspiração perene, fonte inesgotável que jorra poesia pura, elevada e sublime, porque vem de um coração boníssimo, traduzindo o sentimento do povo simples, é espontânea e rica, escrita com esmero, com dedicação de um artesão, que sabe trabalhar as palavras e usá-las, como mestre que é.
Extraímos do ANUÁRIO DE POETAS DO BRASIL, 2º volume – 1980, organizado pelo saudoso Aparício Fernandes, Rio de Janeiro, o poema SILÊNCIO: “Por que o desperdício de palavras/se os olhos possuem a magia das flores e o linguajar dos anjos ?/O infinito é breve, nos momentos de desejo, e as flores são mais carinhosas na intenção do silêncio.../Amemo-nos apenas!”
É chamado de Poeta das Flores, e nem é preciso explicar porque, leiam: “Senhoras serenas,/dálias passeiam na praça./- Porte de rainha.” “Cisnes delicados/com biquinhos para o espaço./- Os lírios-da-paz.” “No excesso de cores,/o amor-perfeito me encanta,/sorridente e calmo.”
A produção literária do poeta capixaba é enorme, escreve como se fosse morrer amanhã, é original e gosta de criar, como é o caso dos Minihaicais e dos Breves, que exercita com naturalidade e perfeição, como também o faz na trova. Alguns “minis” e outros Breves, para mostrar um pouquinho da verve do iluminado poeta: “Os sorrisos/da infância dourada/são promessas.” “É de noite/que os anjos passeiam/inocentes.” Agora, os Breves: “A tarde faz festa/com beijos dourados.” “Eu fico mais rico/doando o que tenho.” “Se lembro da infância/sorrisos me acenam.” Fui buscar na revista A FIGUEIRA, editada pelo poeta Abel Beatriz Pereira, nº 05, de maio de 1991, a seguinte trova do Humberto: “Andei buscando a poesia/por este mundo sem fim/sem saber que esta vadia/morava dentro de mim.” De fato, tem razão o poeta, a poesia fez morada em sua alma, e para felicidade nossa, ela tem brotado de todas as formas, como nesta trova: “A trova em palavras pinta/um quadro, às vezes, de dor./Num simples traço de tinta,/toda amargura do autor.” Ou ainda neste poema: “De uns tempos para cá tenho notado/que os olhares das mulheres bonitas,/cheios de brilho e desejos,/evitam encontrar os meus, porque estou envelhecendo./E logo agora que o meu coração/anda repleto de luzes, flores perfumadas/e de frutos doces de amor, para oferecer a todas elas.”
O poeta trabalha muito e vai construindo, em silêncio, uma obra fantástica para as letras no Brasil, revelando o seu talento invulgar de literato, transformando-se num destaque da poesia nacional. Além de escrever, criar, mantém intercâmbio com poetas e escritores de todo o Brasil, dedicando-se também à crítica literária através da coluna Literatura & Arte no jornal Correio Popular, de Cariacica – ES.
Sobre o livro “Contos Impossíveis”, o escritor Aylton Rocha Bermudes, afirma: “Há uns longos e outros breves, mas em todos eles se revela a maestria do autor, que sabe dosar a urdidura da ação com reflexões e fatos que se misturam à cena, tornando-a mais viva, interessante e provocativa. São contos que não se encaixam na expectativa comum.” Para o professor Osmar Barbosa, “Humberto é um infiltrador de amavios sublimes no coração humano, uma fonte cristalina de versos que elevam e encantam o espírito da gente.”
Membro da Academia Espírito-santense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo, associado do Postal Clube, do Rio de Janeiro e colaborador efetivo da revista alternativa A FIGUEIRA, de Florianópolis – SC. É detentor de vários prêmios, entre outros, Melhor Poeta Nacional de 1997, Embaixador da Poesia do Brasil 2000. É verbete da ENCICLOPÉDIA DE LITERATURA BRASILEIRA, de Afrânio Coutinho e J. Galante de Sousa, edição do MEC, 1990, com revisão de Graça Coutinho e Rita Moutinho Botelho, edição revista e atualizada em 2001.