Centro do Rio.
Avenida Presidente Vargas,
Engarrafamento de frente a Igreja da Candelária.
Dez horas da manhã de uma Quarta-Feira.
O Rio é bonito. O Rio é horrível. E eu paradoxal.
Para mim, o Rio parou. Lembro-me do magnetismo carioca dos anos 70/80.
Ser carioca no Rio de 2002 é como não ser.
O Rio que já não há, tinha espaço para todo mundo.
Inclusive para mim...Que sou assim, digamos: meio anos 70.
Boas lembranças dos shows do Erasmo, da Cor do Som...Lá no museu da Arte Moderna.
Tinha também o morro da Urca...Egberto Gismonti tocando lá no alto. No alto da carreira, da popularidade...No alto de tudo. Pura magia carioca.
No carnaval, hoje insuportável para mim, eu coexistia e interagia bem com o “Charme da Simpatia”, ótima representação de um carnaval que não volta.
Lembro-me de caminhar com meu pointer “Sunshine” pela orla da lagoa, às 5 da manhã, depois do bloco. Perigo era estar vivo...Viver no Rio era privilégio.
Atualmente o Charme mudou de nome...Mudou de gente e de razão de ser.
Simpatia é quase amor...Ora, ora...Quase, o que? O que é quase, não é simplesmente.
Então fico aqui nesse banco do 422, pensando no Rio. Que é quase bonito. Quase bom de se viver, quase uma cidade maravilhosa.
A Governadora do estado é quase uma Mulher e por pouco chega a ter pensamento próprio.
Tudo aqui, quase funciona...Não fosse...Voce sabe...Esses poucos detalhes fundamentais, que até os mais otimistas e ativos, se privam de falar de plenitude.
A miserabilidade de nossa maioria está quase melhorando.
O sistema financeiro, quase ajuda ao cidadão...Não fosse, é claro...
E se retirássemos todos os “quases” deste texto, poderíamos dizer sem receio de errar: Simpatia é Amor.
Mas como sou “quase anarquista” e, portanto...”Quase sem crença ou argumento” nas institucionalizações de grandes mudanças...Eu quase acreditaria na democracia, não fosse pelo voto obrigatório.
Mas, para não deixar aqui nenhum resquício de um registro “Pleno”...
Vou torcer para que o Lula faça algo, quase excelente por esse país quase pleno de possibilidades.