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Ensaios-->Ainda sobre a Guerrilha do Araguaia -- 15/10/2003 - 14:57 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
'Heróis de fato; democratas nem tanto

Produzido pelo TERNUMA Regional Brasília)

O Grupo Terrorismo Nunca Mais, com muita freqüência, vem se contrapondo a jornalistas “investigativos” e a paladinos de direitos humanos de uma só direção ideológica. Desse modo, e no legítimo cumprimento das suas prescrições estatutárias, o TERNUMA pauta-se por apontar os exageros de alguns, o exibicionismo de outros - sedentos de cifrões e da ribalta - e do facciosismo de rancorosos especialistas em falsear a verdade. Com critério e diligência, o Grupo é crítico intransigente de uma parcela da imprensa, que, ignorando códigos éticos e de conduta, permite a contumácia de maus profissionais em denegrir a imagem das Forças Armadas, deturpando a História política recente do País. Esse tipo de escrevinhadores chega até ao desplante de utilizar-se de jornais que lhe dão emprego, para promover, em proveito pessoal, a “lixeratura” que pretendem lançar no mercado, a título de pesquisa “séria”, para auferir pecúnia com a farsa e a ridicularia.

A inversão de valores vem sendo a tônica do trabalho dessa cepa tendenciosa. Assim, no episódio da Guerrilha do Araguaia o Exército Brasileiro é enxovalhado como se fosse um bando de malfeitores a dar combate cruel e criminoso a heróis guerrilheiros, que lutavam contra uma feroz ditadura militar. Dos fanáticos do PC do B, encobrem a verdadeira motivação, que era simplesmente a de implantar a “guerra popular prolongada”, com o objetivo de tornar o Brasil mais um satélite do bloco comunista. Da criatividade dos mestres do engodo nasceram entidades quase mitológicas, como o “invencível” Osvaldão, a quem atribuem atos de um heroísmo que não se atrevem a descrever, encobrindo a única ação efetiva do “guerrilheiro”, qual seja a de deixar insepulto o corpo de um Cabo do Exército, assassinado por ele em uma emboscada. Dos “tribunais revolucionários” transcrevem estóicas normas de comportamento, sem mostrar ao público leitor os atos selvagens de “justiçamento” por esses órgãos de exceção do autoritarismo comunista; a Justiça Militar, entretanto, é apresentada como um instrumento da “ditadura dos Generais”.

Dos militares mortos e feridos no confronto com os fora-da-lei não se lê uma só palavra. Os “democratas” só falam dos vivos, expondo os seus nomes à execração pública, pela “culpa” de terem estado no Araguaia no estrito cumprimento do dever militar e do juramento que proferiram perante a Bandeira do Brasil.

Do Exército Brasileiro, porém, o TERNUMA distingue heróis verdadeiros, que hoje vivem com as suas cicatrizes e com os parcos proventos de uma reserva muito mal remunerada, ao contrário dos profissionais da anistia, que forram as suas burras à custa do erário.

Dos muitos que se destacaram pela serenidade e coragem frente ao adversário fanático e ensandecido, assinalamos o então Major Lício Augusto Ribeiro Maciel, citado no livro do jornalista Elio Gaspari, no episódio da morte de Lúcia Maria de Souza, a “Sônia”. Do relato do Maj Lício ao TERNUMA sobre o confronto, extraímos:

“É o que sei sobre o encontro com os subversivos, que redundou na morte da Sônia, citado por Gaspari de forma controversa. Ela fazia parte de um numeroso grupo (depois confirmado, de dezoito subversivos do grupo A, do Paulo). Estávamos seguindo o grupo e, em determinado momento, a Sônia voltou inesperadamente, recebendo voz de prisão, repetida três vezes, e mais as advertências “não faça isso”, à medida que ela tentava sacar o revólver do coldre. Após a terceira advertência, como ela continuava, já tendo a arma na mão, foi alvejada na perna e caiu. Fui rapidamente até ela e, enquanto procurava o revólver, lhe disse para ficar quieta que iríamos salvá-la. Não achei o revólver no meio à densa folhagem, já com razoável escuridão na mata fechada. Tivemos que ir em perseguição ao restante do grupo de subversivos, que fugiu, atravessando um córrego. Como anoitecia - a mata já muito escura -, voltamos. Aproximando-me da Sônia, caída, ela abriu fogo, à queima-roupa, pois tinha encontrado o revólver. Incontinenti, nossa equipe reagiu, alvejando Sônia mortalmente. Caí desacordado e fui socorrido pelos meus companheiros. Levei dois tiros, um no rosto e outro na mão; o Cap Curió que vinha atrás de mim, foi atingido no braço. No grupo de subversivos estava um garoto, morador da região, que relatou depois que eles tinham preparado uma emboscada, uma vez que estando eu sendo carregado numa rede armada entre um pau nos ombros de dois soldados, que passaram os fuzis para outros. Essas armas ficavam batendo uma contra a outra a tiracolo, o que fazia um barulho nítido de metal contra metal. Antes do local da emboscada, foi feita uma parada para o descanso da equipe, reinando silêncio na mata, já noite. Tendo eles interpretado como se tivéssemos pressentido a emboscada, fugiram. Teria sido uma dura experiência, para nós, devido à total surpresa.

Fui levado para a vila de São José, de lá para Marabá e, em seguida, para Belém, onde permaneci vinte dias para me recuperar, principalmente, da perda de sangue. Depois, fui evacuado para Brasília, operado no Hospital das Forças Armadas para retirada do projetil. Operação delicada, pois o projetil estava alojado no pescoço, próximo à coluna e eu poderia ficar paraplégico. Após um mês, fui submetido a uma pequena cirurgia corretiva na feia cicatriz do rosto. Três meses depois fui mandado de volta à área, já recuperado, aparentemente. Até hoje tenho seqüelas: perdi vários dentes, com a arcada abalada; fiquei completamente surdo do ouvido direito e uma sinusite crônica surgiu no rastro dos resíduos de chumbo deixado pelo projetil. O tiro na mão, por sorte, atravessou a palma, não tendo atingido nervo nem osso algum. Com Curió, aconteceu a mesma coisa: o projetil atravessou o braço, sem maiores conseqüências. Diz Elio Gaspari que este foi o episódio mais notável da guerrilha, enaltecendo o fanatismo da Sônia. Mais um erro grosseiro”.
O relato dispensa comentários, acerca da bravura do militar, do seu altruísmo em relação a um ser humano - mesmo que este lhe oferecesse ameaça de morte – e da sua demonstração de acendrado compromisso para com a missão, retornando ao conflito ao recuperar-se dos ferimentos.

Gaspari, se acertou no atacado, dando veracidade ao relato do Maj Lício, pecou no varejo, seja ao implicitamente mitificar a guerrilheira, seja ao apresentar testemunhos discutíveis, tantos anos decorridos e que hoje, curiosamente, avalizam apenas o que lhe convém.

Os escribas da farsa, no entanto, cuidam tão-somente de acusar o Exército de abandonar os corpos dos guerrilheiros mortos, como se coubesse aos seus integrantes a penosa obrigação de carregar cadáveres pela mata fechada, na iminência de emboscadas e armadilhas. Cristãos, os militares costumavam enterrar os adversários no próprio local em que tombavam. Isso é inquestionável e nenhum escrevinhador ousa desmentir com base em fatos ou documentos irrefutáveis. No caso de Sônia, porém, o que era mais premente: salvar a vida de dois feridos – um deles aparentemente em estado grave - ou ocupar-se do que seria mais apropriado para os parceiros da guerrilheira? Na guerra - e aquilo era operação real de combate, em condições das mais adversas – os combatentes cuidam dos seus em primeiro lugar, não lhes sendo admissível abandoná-los sob os cuidados do adversário. É a realidade da guerra, bem diferente do que o conforto das redações refrigeradas permite imaginar.

Os arautos do esquerdismo não têm a decência de questionar a negligência do PC do B para com o destino dos seus combatentes, nem mesmo em cobrar dos próprios guerrilheiros o resgate dos irmãos de aventura. Ademais, não é exagero lembrar que o “mito” Osvaldão não enterrou a sua vítima; pelo contrário, deixou-a insepulta para bravatear a sua “coragem” em atacar os militares quando eles fossem buscar o corpo. Ele ficou muito tempo na espreita, sem se importar com os restos do indigitado ser humano. Importava-lhe desafiar o Exército. Os soldados retornaram ao local, cumprindo com a sua obrigação, mas o fanfarrão desapareceu...

Ao TERNUMA, além de revelar mentiras sobre Guerrilha do Araguaia, cabe o privilégio de ressaltar que, desse trágico momento da vida brasileira, emergem vultos notáveis, plenos de admiráveis exemplos de amor ao Brasil. Até nos detratores encontramos evidências de que temos heróis a cultuar, em meio a essa gente de uma Instituição que cultua valores inteiramente sintonizados com a imensa maioria do povo brasileiro, ao contrário do que o delírio de alguns insanos tentou e ainda tenta tornar verdade.

São heróis de fato, malgrado falsos democratas não os considerem como tal, privilegiando o crime e o fanatismo político.

(Visite o nosso site: www.ternuma.com.br).
14 Oct 2003 12:17:33 -0300'



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