O RISCO BOLÍVIA, ARGENTINA, PARAGUAI...
Estava pensando em algo que não deveria supor, mas, devido aos últimos acontecimentos na Bolívia, não pude deixar de conjeturar: o perigo que o governo Lula corre ao tomar medidas que contrariam o anseio popular.
Vejo o que aconteceu na Argentina, no Paraguai, no Equador, na Venezuela, e agora na Bolívia. Em todos esses países há algo em comum: um presidente foi derrubado por ter tomados medidas que contrariam grandes grupos de pessoas.
Não vejo isso como um sinal de maturidade democrática, como muitos podem pensar. Não! Isso não é democracia! A democracia prega o respeito a constituição, as leis e os direitos de ir e vir de todos os cidadãos. Mas nesses afastamento de presidentes há um desrespeito à constituição, ao mandato legítimo do presidente eleito democraticamente. A partir do momento que um governante é deposto sem completar o mandato para o qual foi eleito, é um ato arbitrário. Ainda mais se levarmos em conta que não foram por incapacidade dos mesmos -- talvez com exceção do Equador.
Desde a queda de Fernando Collor que vários presidentes foram afastados do poder na América do Sul. Parece-me que a moda pegou.
Agora fico imaginando o risco que o presidente Lula está correndo ao fazer a reforma previdenciária e tantas outras que contrariam o interesse de grupos políticos, do funcionalismo público e de tantos membros da sociedade. No momento esse risco não existe, mas a medida que vá tomando medidas impopulares, como a alta da taxa de juros e tantas outras que terá de tomar ao longo de seu mandato esse risco passa a ser real.
É bom ficar claro que isso tudo não passa de especulação, todavia, esse risco é real. Ainda mais se levarmos em conta as recentes declarações do presidente Lula, as divergências do governo brasileiro com o presidente Norte Americano, a aproximação do Brasil com o governo cubano e venezuelano. Tudo isso pode ser um estopim para uma revolta orquestrada por um grande grupo e que pode levar a uma revolta popular.
Enquanto o Lula mantiver taxas elevadas de popularidade; enquanto souber conduzir a economia no sentido de manter a moeda controlada, de evitar explosão de preços e queda constante do PIB não haverá risco algum, mas se tudo der errado -- o que parece improvável --, isso é bem possível que aconteça. Esperamos que não! Mas é bom ficarmos atentos!
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