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Ensaios-->Eu no quarto... -- 27/10/2003 - 03:54 (Sandra Moreira Ebisawa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Estou sentada na diagonal.
Meu novo quarto tem essa possibilidade, de tão pequeno...Uterino.
Parece uma caverna.
Nos primeiros dias, tive pesadelos.
Sonhei com mortes, violência, ambientes estranhos e sinistros.
Mas eu estava a salvo.
Sonho tem uma linguagem sui generis.
Eu estava a salvo.

Atravesso os dias numa linha com poucas oscilações.
Estou em tempo integral comigo.
Nunca tão consciente nem tão bela e assustadora.
O dia a dia me ensina. Eu já sei aprender com ele.
A relação diária com meus filhos e neta...

Presto atenção em meu corpo.
A coluna ereta me faz bem.
A busca do “essencial” é um desafio também ao meu corpo .
E não só meus músculos e ossos,
Mas esfíncteres e vísceras.

Os dias estão recheados de insights. De várias cores e sabor.
O maior e melhor de todos os exercícios é Ser e Estar diante de uma testemunha.
Ou muitas...poucas, não importa.

São 8:30h da noite de Sábado e eu aqui em meu quarto (pasmem),
fumando um “back” com minha filha, enquanto enlouqueço com as palavras.

O fundo musical é suave.
Geraldinho doce Geraldinho. Tem voz de homem doce.

É bom ouvir...Mesmo que seja, a música, que é mais fácil.
Um dia, quem sabe, eu acabo “ouvindo” a Deus.

Meu pensamento imagina, colore, cheira, ouve, come e vê.

Agendei um encontro comigo mesma.
Esse encontro pode acontecer em dias, meses, anos ou séculos.
Me percebo no ponto de mutação.
Um portal sagrado que se abre “invisível” na minha frente.

Tenho ganas de compartilhar..
E quero também esconder.
Proteger, perceber...conhecer.

Como transformar em palavras, aquilo que sou?
Paro, percebo e expresso.
Retrato, o momento.

Agora, por exemplo, acho que você iria rir.
Espalhei lama do mar morto pelo meu rosto.
Adoro as panacéias da natureza.

No meu quarto tem um espelho.
Coloquei aqui, perto do computador.
De vez em quando me vejo. Observo meu corpo.
Minhas feições. Minhas tensões.
Sei que estou me aproximando,
De algo em mim.

Agora pareço e sou uma árvore no inverno.

Se me olhar,
verá uma jovem mulher, ainda com viço.
Belas palavras e suave sorriso.
Guardada no canto de um olho, uma lágrima.

Sem identidade profissional que me acalme,
perambulo por entre os labirintos que criei.

Há dias que sinto os minutos passarem.
Mas nunca dias inteiros assim.

Se reparar mais,
perceberá nessa mulher,
Rico mundo interior.
Senso prático peculiar.

Ela não produz dinheiro. Embora incansável.
Não sabe lutar por uma identidade “social” que a proteja.
Não suporta conviver com 'partes'.
Passa o dia em missões de paz.

Forjando o clima de cada momento.
Colorindo, perfumando, enlevando, esclarecendo...

Criei a pouco uma intercessão para que possa ter um ângulo mais amplo.
Você percebeu?

Não me julgue ainda.
Sei que pode parecer estranho eu falar com você agora.
Posto que você só existe no futuro e “longe”de mim.
Um desconhecido. Um ser humano...
Que como eu...
Tem seus momentos no quarto.

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